Saúde

Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo

POR: Eliana Pereira Ignacio.
Olá meus caros leitores, hoje venho falar em especial com as mulheres, um assunto bem delicado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é considerada como um aspecto central da vida humana, a qual é vivenciada e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relações.

A saúde sexual é diretamente afetada pelas relações afetivas e interpessoais, pela qualidade de vida, pela estrutura social e cultural da sociedade, aspectos que interferem no comportamento sexual masculino e feminino. Trata-se mais de uma confissão constrangedora quando da busca de ajuda especializada a dificuldade que se apresenta no consultório é que algumas pacientes reivindicam, com certa simplicidade inocente, que gostariam de ter mais vontade sexual. Tornando um tema tão complexo com tal simplicidade, menosprezado o assunto e ou o terapeuta. Este problema vem geralmente acompanhado de sentimentos de frustração, vergonha, mágoa e, às vezes, culpa.

A pessoa sente como se a parte psíquica que desperta o interesse pelo sexo estivesse morta ou desligada, não raro sente injustamente que a culpa é sua falta de determinação ou entusiasmo. Na maioria dos casos, o desinteresse pelo sexo está ligado a fatores psicológicos, mas pode também estar ligada a problemas orgânicos, como por exemplo, alterações hormonais, debilidade física por conta de outras doenças ou até mesmo pelo uso incorreto de medicamentos. Mas com certeza figura como um dos motivos mais reclamados a monotonia conjugal.

Estudo populacional com mulheres identificou que a diminuição do desejo ocorre mais frequentemente nos relacionamentos mais longos. Por outro lado, entre as mulheres que relatam maior satisfação com seu parceiro a diminuição do desejo sexual foi bem menos provável. Estou falando sobre a descrição do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo, diz que o baixo desejo sexual pode ser global, abrangendo todas as formas de expressão sexual ou apenas situacional, limitado a um determinado parceiro ou a uma determinada atividade sexual. Existe nessas pessoas pouca motivação para a busca de estímulos e pouca frustração quando privadas da oportunidade de vivência sexual.

Esta anomalia também é conhecida como Frigidez. Importante dizer que a frigidez deve ser diferenciada da falta de orgasmo. Muitas mulheres não conseguem experimentar orgasmo mas continuam tendo prazer e interesse sexual. Os problemas que envolvem o desempenho sexual feminino podem ser agrupados sob o título de Disfunção Sexual Feminina.

Fazer um diagnóstico correto é muito importante. Boa parte das vezes o problema pode ser muito mais da outra pessoa do que da paciente. Geralmente essa outra pessoa não aceita sua parcela de culpa e vive “obrigando” a mulher a procurar um tratamento, preferentemente milagroso. Outros fatores relacionados ao desinteresse sexual e sobejamente conhecidos por todos são a educação recebida, a falta de diálogo, práticas sexuais pouco gratificantes e outras. O próprio envelhecimento e as dificuldades do cotidiano também podem interferir na satisfação sexual.

A maioria das pacientes não procuram o especialista para saberem o que tem (frigidez), elas buscam ajuda, já sabendo o que têm. A expectativa delas é saber se existe uma fórmula mágica para o problema. Há ainda questões orgânicas que não podem ser confundidas com Transtorno Sexual Hipoativo.

É o caso, por exemplo, do vaginismo e da dispareunia, que causam dor à penetração, portanto, comprometendo irreparavelmente a excitação sexual, além de poder levar ao medo de sexo ou à fuga total das atividades sexuais. A questão é complexa porque o que vemos é uma espécie de “doença relativa”, se fosse possível esse termo, isto é, muitas vezes trata-se de uma mulher com desempenho sexual aquém daquilo que seu companheiro espera dela. Por ela mesma, entretanto, não haveria sofrimento.

De qualquer forma, em nome da boa adaptação conjugal é importante avaliar as questões relacionadas ao desempenho sexual. De fato, trata-se de assunto delicado, até porque pode ser difícil entender como uma pessoa poderia desejar ter desejo por aquilo que não quer.

Seria o mesmo que não estar satisfeito com o fato de não ter vontade de comer melancias,… mas como tenho um compromisso de adaptação à alguma contingência, gostaria de gostar de melancias. A despeito das armadilhas do raciocínio e das palavras, o tema é realmente de inegável importância. ‘’Deus criou o relacionamento sexual, para ser uma bênção dentro do casamento’’.

Até a próxima semana!!!

Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com

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