Saúde

SOS da Vida – Ato de comunicar

Eliana Pereira Ignacio

Olá meus caros leitores, hoje venho falar de algo que é tão antigo quanto à existência do homem.
Estou falando sobre o ato de comunicar. É graças à comunicação que o ser humano conseguiu desenvolver as formas mais complexas de interação e convivência. O ser humano nasceu predisposto para a comunicação em diversos níveis em que ela pode acontecer. Há uma necessidade de exprimirmos os sentimentos, seja por meio do choro, do gesticular, de cantar, de posicionar o corpo, etc…

O desenvolvimento humano e o avanço das civilizações dependem do progresso alcançado em suas atividades, a descoberta do fogo, a divisão do trabalho, as máquinas, as tecnologias, mas acima de tudo, da evolução dos meios de receber comunicação e de se comunicar, de registrar o conhecimento e do desenvolvimento da escrita e fonética.

O homem necessita comunicar para progredir, quanto mais avançada for a capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos mais rápida será a sua progressão. A capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos, como uma tribo, um país, etc., é decorrente da sua cultura, portanto a comunicação e a cultura estão interligadas e uma impulsiona a outra.

O homem criou além do mundo natural um mundo artificial. Essa segunda natureza criada pelo homem recebe o nome de cultura. Cultura é todo fazer humano que pode ser transmitido de geração a geração.

A linguagem é, portanto, um elemento da cultura de um povo. É possível afirmar que são incontáveis as formas encontradas pelo ser humano para que ele possa se “fazer” compreendido e para que ele possa estabelecer contatos, dar ou receber alguma informação. Comunicar, fazer comum, participar a alguém alguma coisa é uma necessidade vital nos dias de hoje.

O homem buscando uma maior eficiência na tentativa de efetivar o processo de comunicação foi buscando auxílio, fazendo experiências pelas quais ideias e sentimentos vão sendo transmitidos de indivíduo para indivíduo, tornando possível a interação social. Cabe dizer que; somos o que comunicamos, pois dá para se fazer uma boa análise do perfil psicológico do emissor; isto é, daquele que emite a mensagem.

A comunicação pode acontecer em diversos níveis de profundidade, que vão desde a simples percepção da pessoa até a troca de elementos mais profundos de sua intimidade pessoal. Comunicar é fundamental para que possamos estabelecer relacionamentos, fugir da solidão, e também para que nos tornemos mais gente.

Na linguagem falada, dispomos de uma série de reforços que não temos na escrita: o timbre da voz, a entonação, os gestos, o jogo fisionômico e um sem-número de outros reforços que contribuem para a mais fácil e eficiente transmissão e recepção da mensagem.

Os gestos valorizam uma apresentação, facilitam a transmissão de ideias e a interação com o interlocutor. A espontaneidade ao usá-los é fundamental.

O gesto deve cumprir o propósito de completar o que se fala, não devendo ser apenas um ato mecânico desvinculado de emoção. Quando realmente acreditamos no que estamos falando, a emoção se exterioriza numa sincronia de palavras e gestos. Essa sincronia de elementos caracteriza o estilo de cada um. Como, ao escrever, não se pode contar com esses reforços, devem-se compensá-los da melhor maneira possível. Isso se consegue, em grande parte, por meio da disposição geral do texto, dos espaços.

Das margens e dos parágrafos, dos destaques oportunos e discretos, da limpeza do escrito, sem borrões, letras rebatidas ou superpostas; enfim, da apresentação estática e impecavelmente asseada do papel. A apresentação correta e agradável dos papéis é de suma importância na correspondência oficial, sendo, muitas vezes, direta e decisivamente responsável pela criação de atitudes favoráveis ou desfavoráveis em relação ao que se pretende comunicar. Na oralidade, ou seja, nas apresentações em público temos outros artifícios que podemos nos valer para efetivar o nosso ato de comunicação.

Hoje, a sociedade capitalista nos leva a mergulhar num profundo individualismo. O outro, muitas vezes é visto como um concorrente perigoso, e que se possível, devo eliminá-lo do meu caminho. Sendo que muitas vezes a melhor forma de dominá-lo é se apropriar da sua língua. Para garantir a desunião de um grupo, nada melhor que confundir sua língua.

A Torre de Babel seria o primeiro passo para garantir o domínio de alguns sobre os outros. Quando ninguém se entende mais, aquele que é tido como o mais esperto “vende o seu peixe”.

* Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em
Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualifi cações. Mora em Massachusetts e é professora da Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com

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