Saúde

Memória olfativa: porque os cheiros nos trazem tantas lembranças

Por: Eliana Pereira Ignacio

Muitas pessoas provavelmente já passaram por situação semelhante ao sentir um aroma e no mesmo instante se viram transportadas para uma lembrança. Muitas vezes, alguns cheiros fazem com que algumas pessoas relembrem uma pessoa, uma situação ou até mesmo alguma fase de sua vida.

O nome que se dá a isso é Memória olfativa e essa memória é ativada porque o olfato está conectado diretamente aos mecanismos responsáveis por formar as memórias, sentimentos e emoções.
Muitas pessoas se perguntam qual seria o motivo dessa sensação acontecer de forma tão intensa. É possível afirmar que quando a pessoa sente um determinado cheiro, ele passa pelas narinas e “viaja” diretamente ao córtex olfativo do nosso cérebro, que está associado ao sistema límbico e às amígdalas, e é exatamente no sistema límbico que surgem e são “armazenadas” nossas emoções e memórias.

De uma forma muito peculiar, as amígdalas fazem uma associação da ação que estamos vivendo à fragrância e de forma natural, e o cheiro é armazenado em nossa memória juntamente com aquilo que estamos sentindo naquele momento. Dessa forma, quando nós sentimos novamente aquele mesmo cheiro, seja o perfume antigo ou a fragrância de uma flor ou até mesmo o cheirinho de comida de mãe, e de forma automática a memória olfativa conecta aquele cheio com a sensação que você experimentou ao senti-lo pela primeira vez, fará com que você relembre determinado momento de sua vida.

O cheiro de cada lembrança é como uma máquina do tempo das sensações. Bastam apenas poucos segundos para que os aromas nos façam reviver experiências, sejam elas boas ou ruins. Estudiosos confirmam que a memória olfativa é uma das mais duradouras, ultrapassando a capacidade da visão e da audição de reter referências.
A intensa conexão entre o cérebro e o olfato gera recordações imediatas.

Segundo a neurocirurgiã Michelle Nuback, da Aliança Instituto de Oncologia, explica que o olfato está diretamente ligado ao sistema límbico, parte do cérebro onde se concentram as memórias e local de onde surgem as emoções. Por isso, ao sentir um determinado cheiro, as lembranças são ativadas.

Pesquisadores do Weizmann Institute of Science, em Israel, identificaram que o córtex olfativo tem uma ligação direta com o hipocampo, enquanto os outros sentidos (visão, audição e tato) são primeiramente processados em outros lugares do cérebro, para depois chegarem ao centro de memória. Além disso, o estudo aponta que os cheiros associados a lembranças ruins são mais fáceis de ficarem guardados na memória.

O psicólogo Pedro Paulo Vieira endossa a perspectiva da pesquisa israelense. “Se eu tenho uma experiência mais intensa e ali eu tenho também um aroma mais marcante, vai haver uma associação imediata entre essa fragrância e a intensidade do acontecimento”.
Aromas pode ser uma estratégia de vendas muito utilizada não somente na área da alimentação, mas nos shopping centers, nos diversos segmentos como: roupas em geral, roupa de cama, mesa e banho e lojas de roupas íntimas. Sabe o cheirinho daquela loja que você adora? É através dele que muitas marcas conquistam seus clientes.
A técnica do marketing olfativo surgiu nos cassinos de Las Vegas na década de 1970.

O recurso era utilizado para deixar os apostadores mais tempo nas mesas de jogos. No Brasil, a tática chegou por volta da década de 1990, e é uma das estratégias usadas na hora de vender um produto. Em suma, através do olfato é possível resgatar todas as emoções de uma forma muito prática e direta.

Além disso, também é uma ferramenta importante para a construção da identidade de uma marca. Assim como a gente lembra de alguém só pelo cheiro do perfume, isso também acontece com o marketing olfativo.

Uma loja que coloca uma fragrância específica faz com que, cada vez que o cliente sinta aquela essência, automaticamente o cérebro recupera aquela marca ou loja.

Porque somos como o cheiro suave do sacrifício que Cristo oferece a Deus, cheiro que se espalha entre os que estão sendo salvos e os que estão se perdendo. 2 Coríntios 2:15

Até a próxima semana.

Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualifi cações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com

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