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Queimadas atuais na Amazônia não são “padrão Califórnia”, diz Mourão

ESTADO – O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que as queimadas que estão ocorrendo na Amazônia não são “padrão Califórnia“, referindo-se aos incêndios que também têm ocorrido no Estado norte-americano. Em entrevista concedida neste sábado (12) à noite para a rede CNN, Mourão comentou que a medição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), “que faz monitoramento dos focos de incêndios na região“, acusa “focos de calor” nas imagens de satélite, “o que não significa incêndio“.

Vários focos juntos é que vão constituir um incêndio, dependendo da área em que estiverem localizados”, disse Mourão. “Qualquer área acima de 47 graus vira foco de calor; uma fogueira vira foco de calor, mas não é incêndio. Não estou desmistificando nada, mas temos de dar a devida proporção ao que está acontecendo na Amazônia“, continuou.

Durante a entrevista, Mourão também afirmou que com o trabalho que tem feito no Conselho da Amazônia, em integração com vários outros órgãos do governo, como Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, o objetivo do governo Jair Bolsonaro, ao fim do seu mandato, é reduzir as taxas de queimadas e desmatamento na Amazônia Legal a 10% dos níveis históricos.

Temos de realizar todas as operações necessárias, no sentido de que haja essa redução, lembrando que a repressão pura e simples não contribuirá sozinha para isso. Isso passa pela conscientização das pessoas e também pela regularização fundiária, que é fundamental para a gente combater as ilegalidades, além de desenvolver atividades econômicas na região“, disse.

De acordo com o Inpe, foram registrados 29.307 focos de calor em agosto, volume bem acima da média histórica de 26 mil focos para este mês e apenas 5% inferior aos 30,9 mil registrados no mesmo mês de 2019. Segundo a organização Observatório do Clima, é preciso ainda relativizar o número do mês passado porque uma pane no satélite de referência usado pelo Inpe, o Aqua, fez com que parte da Amazônia não fosse observada no dia 16, produzindo um número anormalmente baixo de detecções.

Defund Bolsonaro
Sobre a campanha Defund Bolsonaro, que tomou as redes sociais na semana passada, Mourão disse que se trata de um trabalho “contra o Brasil” e que de “oposição política“.

“Temos de responder com trabalho, com ações e trabalhar“, disse Mourão, acrescentando que já no fim de janeiro o presidente Bolsonaro deu uma resposta “enfática e pragmática” para lidar com a questão do desmatamento na Amazônia, ao criar o Conselho da Amazônia, que permite a “sinergia” dentro do governo para lidar com a questão.

Existem ilegalidades (na Amazônia), mas estamos combatendo. Lembrando que a Amazônia é uma região de dimensões ciclópicas e é pouco integrada ao território brasileiro “. “Esses fundos, esses investidores, têm de entender o que é a Amazônia“, afirmou.

Mourão criticou, ainda, a pressão exclusivamente sobre a Amazônia brasileira.

Por que a pressão é só sobre a parte brasileira? Não tem desmatamento na Bolívia, na Colômbia, no Peru? Há um jogo geopolítico pesado, onde também participam empresas, que por sua vez, também são pressionadas pela agenda ESG“, avaliou.

Mas o vice-presidente disse que tem recebido apoio de várias empresas brasileiras para combater o desflorestamento da Amazônia.

Nossos grandes frigoríficos estão ajudando, participando de uma política fundamental que é a rastreabilidade do rebanho criado no Brasil. A partir do momento em que não aceitarem mais comprar gado que venha de área desmatada estarão dando um passo enorme para se encaixar nessa agenda e cooperar com o governo“, finalizou.

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