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Kátia Abreu diz que Ernesto foi bússola que ‘nos direcionou para o caos’

JSNEWS – A senadora Kátia Abreu (PP-TO) fez uma dura fala contra o ex-chanceler Ernesto Araújo, dando sequência a uma troca de farpas que resultou na demissão do ex-ministro das Relações Exteriores, em março.

Kátia falou durante 20 minutos, sem ter feito nenhuma pergunta ao depoente. Inicialmente ironizou a fala de Ernesto na CPI, afirmando que ele tem duas “personalidades“. A senadora então explicou que o ex-chanceler na comissão adotava um tom mais contido, negando críticas à China, mas que nas redes sociais e em artigos costumava ser mais virulento.

A senadora reconheceu que houve aumento no volume das exportações para a China no último ano, mas afirmou que ela aconteceu “a despeito” de Ernesto.

Kátia Abreu também afirmou que o comportamento do então chanceler com a China foi nocivo para o país, em particular na aquisição de vacinas.

Que bajulação à China? Eu quero bajular qualquer país que tenha vacina“, afirmou.

Ao terminar sua fala, Kátia disse que Ernesto colocou o Brasil na condição de pária e de irrelevância. Afirmou que o ex-chanceler é um “negacionista compulsivo“.

“O senhor é um negacionista compulsivo, omisso. O senhor, no MRE, foi uma bússola que nos direcionou para o caos, para um iceberg, para um naufrágio. Bússola que nos levou para o naufrágio da política internacional, da política externa brasileira, foi isso que o senhor fez. Isso é voz unânime dos seus colegas no mundo inteiro”, afirmou Abreu, que posteriormente encerrou a fala e não teve respostas de Araújo.

Ernesto manteve uma relação conflituosa com senadores, especialmente no último ano. Em uma postagem nas redes sociais, no fim de março, Ernesto sugeriu que Kátia Abreu o procurou para fazer lobby em favor da tecnologia chinesa para o 5G. Dias depois, foi demitido.

A CPI

A CPI da COVID apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios. Os depoimentos tiveram início em 4 de maio, com Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde.

No dia seguinte, Nelson Teich, sucessor de Mandetta no cargo, depôs. Na última quinta-feira (6/5), foi a vez de Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde, prestar depoimento. Na última terça-feira (11/5), o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, depôs.

Sucessor de Teich e antecessor de Queiroga no Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello vai depor nesta quarta-feira (19/5). Inicialmente, ele seria ouvido em 5 de maio, mas alegou que estava em isolamento após contato com pessoas com suspeitas de COVID-19.

Já na última quarta-feira (12/5), Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo federal, foi ouvido pelos senadores. Na última quinta-feira (13/5), Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil e atual presidente regional da empresa na América Latina prestou depoimento na CPI.

As reuniões são semipresenciais, e os depoentes são aconselhados a estar fisicamente na CPI da pandemia. A sessão da CPI desta terça, com depoimento de Araújo, é o nono desde sua instalação, em 27 de abril deste ano.

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