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SOS da vida – Sono e Sonhos

Por: Eliana Pereira Ignácio
Olá, meus caros leitores, atendendo um pedido especial de um leitor assíduo. Hoje venho trazer fatos sobre os limites do seu humano. Convido-os a refletir sobre uma questão simples o sono e os sonhos. Após um longo dia de trabalho, nada como um boa noite de sono e sonho para descansar e para desligar-se do dia a dia. Para muitos os sonhos podem não ter significado algum. Mas o sonho para a psicanálise, pode revelar desejos e traumas ou outros elementos presentes em nosso inconsciente.

Para a psicanálise, o sonho é uma das formas de acessar o inconsciente, parte da mente a qual não temos acesso de forma fácil. Qual a sua concepção sobre a função dos sonhos? Você distingue sonhos que resultam de traumas de outros tipos de sonhos? Vale a pena fazer uso dos estudos em que Freud definiu o sonho, primeiro no “Projeto” (1895) e depois em “A interpretação dos sonhos” (1899), como a realização alucinatória de um desejo inconsciente recalcado, até as contribuições mais recentes das neurociências sobre a memória implícita e o denominado inconsciente não recalcado, podemos dizer que a teoria psicanalítica sobre o sonho percorreu um longo caminho cheio de transformações e desenvolvimentos.

No tocante à primeira pergunta, a concepção da função do sonho, é possível afirmar que, de um ponto de vista clínico, o sonho oferece ao analista uma dupla potencialidade. Por um lado, o sonho tem a capacidade de fornecer uma informação incomparável sobre os afetos predominantes no espaço analítico, de ser o veículo preferencial para enfrentar analiticamente o hic et nunc da relação transferencial por meio da interpretação e de ser, além disso, um auxiliar imprescindível no trabalho de construção.

Por outro lado, segundo estudiosos como: Coderch, 2006; Sandler, 1987; Mancia, 2004; Marucco, 2006, o sonho reativa e é capaz de simbolizar emoções e traços antigos e “ingovernáveis”, derivados de experiências, ocasionalmente traumáticas, que remontam aos primeiríssimos períodos da vida relacional e a uma fase do funcionamento mental pré-simbólico e pré-verbal, que ficam depositados na memória implícita. Nesse sentido, o sonho possibilita também um trabalho de reconstrução.

Centrando-me na segunda pergunta, é possível afirmar que se estabelece uma distinção fundamental entre os sonhos que derivam de emoções e vivências traumáticas de outros tipos de sonhos.

A contribuição deste artigo, vai consistir em estabelecer uma conexão teórica entre a denominada função traumatolítica do sonho, que acompanhava toda a sua genial contribuição sobre a teoria psicanalítica do trauma, e a concepção e os desenvolvimentos atuais sobre o inconsciente não recalcado. Freud afirma em seu livro “A Interpretação dos Sonhos dos Sonhos”, que os sonhos são a realização de um desejo. Trata-se de desejos escondidos, desejos que, muitas vezes, não realizamos devido às imposições sociais. Imposições como os costumes, a cultura ou educação de onde vivemos, a religião, os tabus e as morais sociais.

Esses desejos começam, então, recalcados ou reprimidos e vêm à tona quando sonhamos. Isso porque quando dormimos nossa mente relaxa e que o inconsciente tem maior autonomia em relação ao nosso consciente. Segundo a psicanálise o sonho é uma válvula de escape aos nossos desejos mais recônditos, mais secretos. Desejos que a nossa consciência julga como proibidos de serem realizados. Isso devido ao que a sociedade nos impõe, de acordo com a nossa cultura.

Para Freud os sonhos o principal caminho para conhecermos os aspectos e características de nossa vida psíquica. Dessa forma, de acordo com Freud e a psicanálise, era preciso encontrar métodos exclusivos para entender o real significado dos sonhos. Esse método tinha como principal base a análise do paciente, que se dava por meio do diálogo entre o psicanalista e o paciente.

Para ele, os sonhos revelavam desejos inconscientes recalcados e de material infantil. Além disso, indicando uma relação com algo de caráter sexual. Portanto, a interpretação dos sonhos teve grande importância para a teoria psicanalítica. Os sonhos tem seus mecanismo eles possuem um conteúdo manifesto e latente.

O que Freud chamou de trabalho do sono. Para ele, havia quatro tipos de mecanismos do sonho: a condensação, o deslocamento, a dramatização e a simbolização. Por meio desses mecanismos é que os sonhos se transformavam em manifestos. Os quais deveriam ser interpretados. A condensação é o laconismo do sonho com relação aos pensamentos oníricos que estão nele. Isto é, os sonhos, muitas vezes, são resumos ou pistas de desejos e acontecimentos.

E por isso precisam ser desvendados, ser decifrados. Embora este artigo traga uma linguagem clínica, tenho certeza de que apresenta uma fácil compreensão. Espero que tenha sido esclarecedor!!! Os sonhos de Deus são incomparáveis e não há nada mais gratificante e maravilhoso do que viver um sonho ou projeto que vem de Deus. Até a próxima semana.

Eliana Pereira Ignácio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em
Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com

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