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Margarette Mattos, para quem arte e vida se traduzem em paixão e entrega

Por Carlos Borges

Margarette Mattos é um exemplo completo de amor incondicional a tudo aquilo que ela abraça com convicção e paixão. Assim foi sua vida em sua terra natal, Vitória, no estado do Espírito Santo, onde alcançou sucesso e reconhecimento como artista e personalidade. Assim é sua vida nos Estados Unidos, para onde se mudou em 2005 e, desde então, atua em várias “frentes”: sua arte, original e festejada por críticos e colecionadores, suas causas humanitárias e sociais, e seu compromisso com a promoção da arte e cultura brasileira nos Estados Unidos. Margarette nunca sai de cena, porque não para de trabalhar. Agora prepara a realização da exposição Brazilian Eyes Boston 2020 que inclui o lançamento do segundo ArtBook do projeto na região, reunindo 26 trabalhos sob um tema que ela escolheu “a dedo”: “Diversidade”. O JS News conversou com Margarette:

O que você buscou ao propor o tema “diversidade”?

A “diversidade” é um tema muito complexo e muito atual, acho portanto, necessária toda a discursão e exposição sobre o assunto, principalmente através de pensamentos e olhares de pessoas que tenham a percepção e sensibilidade diferenciados como são os artistas em geral e, no caso do Brazilian Eyes 2020, os fotógrafos.

Você selecionou 26 entre mais de 150 fotos inscritas. Como curadora, qual foi o “ponto final” na escolha dessas 26 fotos?

As fotografias no geral estavam excelentes, então eu tive que procurar dentro de cada uma pontos chaves, como por exemplo, se a mensagem da foto representava o tema, se a fotografia mostrava a ansiedade e necessidade de mudanças através da imagem, etc.

A fotografia vive uma revolução radical, depois dos telefones com câmeras cada vez mais incríveis. Como você vê isso?

Vejo por dois lados. Acho ótimo que todos nós agora possamos nos descobrir fotógrafos através de telefones cada vez melhores, com recursos incríveis e em nossas mãos em todos os momentos, não nos deixando perder um click, um acontecimento ou uma pose. Apesar do abuso de filtros que está acontecendo, principalmente nas redes sociais, criando distorções em imagens que destoam da realidade. Por outro lado, temos que valorizar a fotografia profissional, na qual se usa máquinas e lentes modernas, com recursos excelentes e, trabalham com o cuidado e sensibilidade do fotógrafo para passar através das imagens a qualidade, o equilíbrio e a força de cada click.

Desde 2016 você vem liderando uma impressionante revelação das artes visuais brasileiras em Boston. O que alavancou essa revelação?

No geral, nós artistas somos individualistas, trabalhando cada um em sua casa ou estúdio, como se fosse uma bolha de proteção. Isso sempre me incomodou. Ainda no Brasil, procurei formas de sair e tirar outros profissionais da “bolha”. Comecei então a criar exposições e eventos coletivos e acabei trazendo isso comigo para os Estados Unidos.

Com diversas participações e premiações no Focus Brasil em Fort Lauderdale na Flórida, vários artistas da Nova Inglaterra começaram a me telefonar e a enviar e-mails pedindo ajuda e opinião sobre o seu trabalho, sobre minha carreira e de que forma profissionalizar a carreira. O que facilitou muito esse meu trabalho aqui em Boston, foi a excelente idéia de criar o Focus Brasil Boston, dando oportunidade aos artistas de serem mais conhecidos, através da pintura, música, fotografia, dança, etc. Com isso, consegui indicar e divulgar vários artistas da região, que não tinham tido essa oportunidade antes. Me faz muito bem ver uma pessoa com talento artístico em qualquer área, ter o trabalho reconhecido e valorizado. Com isso me sinto realizada

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