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Governador Baker bane cigarros eletrônicos

Jehozadak Pereira

Passam de centenas os casos de usuários de cigarros eletrônicos com graves problemas pulmonares e de saúde nos Estados Unidos. Os casos são tão graves, que provocaram mortes e deixaram sequelas, que as autoridades estudam tomar atitudes drásticas para conter o problema.

Na terça-feira, 24, o governador de Massachusetts Charlie Baker declarou emergência de saúde pública e suspendeu por quatro meses a venda de produtos que se relacionem a dispositivos a vapor. Em Massachusetts já foram detectados cerca de 61 casos de possíveis casos de doença pulmonar relacionados ao uso de cigarros eletrônicos e a vapor que foram relatados às autoridades de saúde pública do Estado.

“O uso de cigarros eletrônicos e produtos de vapor a base de THC (princípio ativo da maconha) está explodindo, e estamos vendo relatos de doenças pulmonares graves, principalmente em nossos jovens”, afirmou o governador Baker na entrevista coletiva que anunciou a medida.

Há disponível no mercado dezenas de tipos diferentes de cigarros eletrônicos e vaporizadores, que seguem o mesmo princípio, mas têm diferenças no formato e no armazenamento do líquido que é ‘fumado’ eletronicamente.

Nicotina, THC ou aromatizantes são misturados a um tipo de solvente ou óleo e esse líquido serve como difusor da nicotina ou do THC, ao ser aquecido, graças a uma bateria é transformado em vapor e inalado pelo usuário. Tal solução líquida pode conter outros componentes químicos para, por exemplo, alterar o sabor da mistura.

Especialistas ressaltam que a mistura de vários ingredientes com os componentes primários e possíveis contaminantes podem resultar na produção de novos agentes, que eventualmente podem ser tóxicos. Uma das suspeitas é a de que os doentes tenham entrado em contato com produtos adulterados ilegalmente, com adição de químicos nocivos aos líquidos.

O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) ressalta que os cartuchos usados nos cigarros eletrônicos podem ter sido reutilizados com substâncias ilegais ou desconhecidas. Entre as possibilidades investigadas está a de que a adulteração tenha se concentrado em produtos usados para inalação de THC.

Segundo o CDC, muitos dos pacientes relataram uso de cigarros eletrônicos contendo produtos canabinoides, como CBD (canabidiol) e THC. Só que outros doentes admitiram apenas o uso de produtos com nicotina, contudo, muitos médicos alertam que alguns jovens podem relutar em admitir uso de maconha.

Os resultados e relatos médicos como radiografi as dos pacientes afetados mostraram semelhança com pneumonia bacteriana ou viral. No entanto, outros testes feitos posteriormente não apontaram infecção ou condição que explique uma doença pulmonar. Algumas pessoas afetadas apresentaram um quadro de pneumonia lipoídica, que é resultado da aspiração de partículas oleosas para dentro dos pulmões.

Mortes já foram registradas em Illinois, Oregon, Indiana, Minnesota, Kansas e na Califórnia. A decisão do governador Baker deve passar pelo crivo e análise do Conselho de Saúde estadual. As autoridades federais informaram na quinta-feira, 26, que pelo menos 12 pessoas morreram e outras 805 foram diagnosticadas com doenças pulmonares associadas ao uso de cigarro eletrônico.

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