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Documentos de porto-riquenhos são usados em fraudes em MA

Jehozadak Pereira e Alex Colombini

Mesmo que haja repressão a qualquer tipo de crime e delito, as autoridades por mais recursos que tenham a sua disposição estão sempre um passo atrás de malfeitores e transgressores. A justiça nos Estados Unidos é extremamente punitiva e o faz sem parcimônia, mas mesmo assim, isto não parece assustar quem opta pelos mal feitos.

O golpe da hora ou da moda é a falsificação de identidades e carteiras de motoristas que são usadas para comprar carros, abrir contas em bancos, obter crédito e cartões de crédito. Os beneficiários destes golpes são na maioria das vezes imigrantes indocumentados que usam identidades porto-riquenhas roubadas para obter fraudulentamente carteiras de motoristas do Estado de Massachusetts.

De posse do documento, parte-se para as fraudes financeiras e compram carros caros e de luxo, usando as informações de crédito de pessoas que não tem conhecimento das fraudes. Uma das providências das autoridades é o treinamento de oficiais de polícia em toda New England para que detectem identidades fraudulentas.

O oficial de polícia James Scott, de Saugus, Massachusetts, que já treinou mais de 1.400 agentes de polícia em todo o Estado, afirma que o roubo de identidade acaba por evoluir para o tráfico de drogas e de pessoas e também há o uso destes documentos para comprar carros de luxo que serão embarcados para o exterior, entre outras práticas.

Ainda de acordo com o oficial James Scott não existe um meio de que os comerciantes consigam detectar os documentos fraudulentos. Uma reportagem do Boston Herald, tratou do assunto e relatou que em Brockton, um homem foi desmascarado ao tentar usar uma carteira de motorista fraudulenta para comprar um carro em uma concessionária. O banco informou que o mesmo documento havia sido usado para comprar um carro dias antes em outra concessionária.

A polícia local investiga o caso. O mesmo aconteceu com pelo menos duas agências de carros brasileiras. Por uma questão de segurança, seus proprietários não serão identificados. “Recebi um telefone de um homem que falava espanhol querendo comprar um carro de luxo. Como eu não tinha o carro disponível, fui atrás e consegui o veículo.

Ele veio na agência, preencheu a aplicação e submeti aos bancos que trabalhamos. Em pouco tempo, um dos bancos informou que a mesma pessoa havia comprado um outro carro uns dias antes. Imediatamente informei ao suposto comprador e ele foi lacônico. Depois disto não consegui mais falar com ele, simplesmente sumiu e o telefone celular dele já não funcionava mais”, disse o dono da agência.

Um outro dealer brasileiro contou a mesma história, porém era uma mulher que buscava comprar um carro de luxo. “Quando liga ou chega algum hispano querendo comprar um carro eu peço mais de uma forma de identificação. Com isto quem é pilantra não volta mais”, afirmou. Em 2017, cerca de 16,7 milhões de pessoas foram afetados por fraudes originárias de roubo de identidade.

Em Porto Rico, as identidades são facilmente roubadas, por causa da falta de segurança dos dados, que são subtraídos e depois disto são vendidos no mercado negro por vigaristas. Os oficiais treinados por James Scott, detectaram centenas de imigrantes ilegais, principalmente da República Dominicana que estavam de posse de documentos que foram conseguidos a partir do roubo de identidade de cidadãos americanos de Porto Rico, e que obtiveram carteiras de motoristas de Massachusetts.

O Registry of Motor Vehicles (RMV) de Massachusetts, suspendeu ou cancelou mais de 1,4 mil carteiras de motoristas que foram obtidas através de fraudes em 2018. Os casos estão sendo investigados pelas autoridades.

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