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Consciência – uma breve reflexão

Por: Eliana Pereira Ignacio – Olá meus caros leitores, hoje venho falar de um tema antigo e pole mico, uma questão que tem sido estudada e investigada por muitos autores em psicologia. A consciência: Afinal o que a consciência? É possível afirmar que consciência e a sua influência no comportamento humano e toda a sua complexidade, faz-nos ter a percepção de que existimos, que temos um lugar na sociedade em que vivemos, sendo algo fundamental para a compreensão mais profunda do Eu. Em resumo a consciência pode ser vista como uma “descoberta”.

Por se tratar de algo complexo é necessária uma reflexão contínua e séria dessa mesma realidade que é a existência de um Eu pensante, que sabe que existe e traz a si a sua própria vivência e a apreensão da vivência daquilo que nos rodeia. Para que se dê a consciencialização do Eu, é imprescindível o pensamento, a racionalidade humana, pois em princípio, os seres irracionais, tidos como animais, não terão essa mesma consciência.

Todo o conhecimento é uma relação entre o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser conhecido.

Logo, temos o “Eu” pensante X “O ser pensado” A consciência do indivíduo pode centrar-se no próprio sujeito, como a interioridade ou pode, centrar-se sobre os objetos exteriores, como a alteridade; isto é o outro que não eu.

Assim, o processo de conscientização apresenta duas dimensões vinculadas com o ideal falar/ouvir. É evidente que não podemos estar presos apenas a esta dimensão, pois isto iria gerar a deformação da consciência. Então, além da consciência de si, existe, por outro lado, a consciência do outro que exige atenção. Esta atenção é alcançada através do processo de escuta, absorção.

Através deste pensamento torna-se possível afirmar, que o pensamento é o veículo de consciencialização do homem, como avaliador da realidade. Neste sentido, o avaliador só poderá ser plenamente desenvolvi do se tiver em mente não apenas a consciência de si, que envolve a interioridade, mas também a consciência do outro, que envolve a exterioridade. Chamamos de consciência crítica o crescimento harmonioso entre estas duas dimensões da consciência: a reflexão sobre si próprio e a atenção sobre o mundo (falar e ouvir).

Quando apenas, uma das dimensões progride, há uma deformação, há um abalo na consciência crítica. É neste sentido, que devemos encarar o processo de consciencialização como dialética que se move do “eu” para o “mundo” e do “mundo” para o “eu”: do falar para o ouvir e do ouvir para o falar.

O crescimento unilateral de qualquer das dimensões acima referidas, gera a falta de consciência crítica. Assim, o crescimento da consciência do outro conduz à perda da identidade; conduz à alienação. Para maior compreensão alienado, adjetivo e substantivo masculino o qual tem origem no latim ‘alienātus, a, um’, que era uma forma (particípio passado) do verbo ‘alienāre’, «ceder, vender, afastar, tornar estrangeiro, alterar, transtornar, perturbar, perder os sentidos» Portanto, este verbo é, por sua vez, constituído por ‘aliēnus, a, um’, adjectivo que significava «pertencente a outro».

Transmissão do direito de propriedade, alienare = dar ao outro. Desta forma, faço uma reflexão sobre a consciência do Eu, e convido o leitor a refletir sobre este assunto, como conceito que abrange o psíquico e o somático, apresentando-se em quatro características formais:

1 – Consciência da ação, “quando penso, sou eu que penso, as ideias ocorrem-me”. Neste sentido, surgem alterações ao nível: Consciência da existência: “ sinto-me sem nome, impessoal, olhar rígido como o de um cadáver, o espírito vago e geral, como o nada absoluto. Estou a pairar, sou como se não fosse” = despersonalização. Consciência de execução: pensamentos feitos, não é dele, não sabe por que o pensou, fugas ou subtrações.

2 – Consciência de unidade: “sou um só num mesmo momento”. Nas alterações o “Eu” é dividido, mas as duas partes estão presentes simultaneamente, por exemplo: Santo/Diabo numa mesma pessoa, as duas partes entram em constantes conflitos.

3 – Consciência de identidade: “sou o mesmo que antes”. Na alteração a pessoa divide o seu “Eu” no curso temporal, por exemplo: “não sou o mesmo que era antes, o EU figuro como terceira pessoa.

4 – Consciência do eu em oposição ao mundo exterior e aos outros: também conhecida como consciência de oposição Eu/Mundo, é a separação clara entre o “Eu” e o “Mundo”. Neste caso as pessoas podem incorporar objetos ou pessoas mais fortes. O “Eu” tem a sensação de que todos conhecem os seus pensamentos. O objetivo desta reflexão, foi mostrar a complexidade da consciência e fatores que cooperam para a eficácia funcional e que o significado de consciência vai muito além do que conhecemos.

“Por isso procuro sempre conservar minha consciência limpa diante de Deus e dos homens”. Atos dos Apóstolos 24:1


Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualifi cações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com

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