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Aceitar um “não” é sinal de maturidade

Por: Eliana Pereira Ignacio –

Olá, meus caros leitores hoje venho trazer um assunto difícil de vivenciar. Início com a pergunta: Você sabe lidar com a palavrinha tão pequena e tão complexa “Não”.
O não tem a ver com aceitação tem a ver com o modo como a pessoa foi criada. Se desde pequena tinha tudo o que queria, sem passar por frustrações e sem acatar os “nãos” necessários, crescerá esperando que o mundo sempre lhe diga “sim”. E fica muito desapontada caso ocorra o contrário Mas na verdade ouvir “não” faz parte da vida. Afinal, nem sempre as coisas caminham como gostaríamos. Mas há quem acolha tal fato numa boa, enquanto outros simplesmente não conseguem lidar com isso.

Quando os pais não impõem limites, o menor cresce com uma percepção distorcida dele mesmo e dos outros. Estará sempre preocupado com seus interesses e suas vontades, sem enxergar o quanto isso afeta o entorno. A tendência será se relacionar com indivíduos que se submetam à sua personalidade, assim como os educadores o fizeram. E, nos relacionamentos, terá dificuldades pela incapacidade de sentir empatia, isto é, de se colocar no lugar do outro e alcançar qual o seu papel e as fronteiras relevantes em uma relação.

Em outras palavras, é grande a influência de pais permissivos e protetores que deram tudo facilmente para a criança, não colocando os limites necessários em muitas ocasiões. O oposto também é verdadeiro, embora mais raro: aqueles que receberam muitas negativas na infância podem crescer querendo experimentar somente o “sim”, pois o balançar de cabeça de um lado para o outro traz lembranças ruins do passado. É o caso de progenitores que tolheram demais os filhos em situações em que não seria imperativo agir com tanto rigor.

Nesse sentido, saber ouvir “não” seria, então, um sinal de crescimento. Revela, por exemplo, que temos consciência de que há conquistas difíceis ou impossíveis, sendo obrigatório ter paciência em muitos momentos da vida. E, mais que tudo, o quanto é imprescindível lidar e suportar as frustrações.

A pessoa mostra que criou dentro de si a faculdade de lidar com as contrariedades e, dessa forma, ganha mecanismos internos para resolver conflitos que o cotidiano apresente. E tudo isso sem inconformismo ou desespero, sem raivas impróprias, sem brigas desnecessárias. Torna-se um ser humano acessível, tolerante, que sabe negociar, cujo convívio é de certa forma tranquilo.

Quem não desenvolveu tal habilidade tem grandes chances de virar um indivíduo arrogante e autoritário, que quer as coisas do seu jeito, impondo situações aos outros sem se colocar no lugar deles. “De personalidade imatura, será visto pelos demais como alguém egoísta, inflexível, ‘dono do mundo’, sempre difícil de lidar. Haverá resistência para obedecer a ordens, seguir regras, respeitar o espaço alheio. E tudo isso provavelmente se refletirá em várias áreas da vida: trabalho, amigos e relacionamentos amorosos.

No outro extremo do arrogante, pode estar alguém que duvida da própria capacidade e de seu potencial cada vez que recebe um” não”. É como se pensasse se me negam isso, é porque não sou apto, melhor desistir, não sei fazer direito. De um jeito ou de outro, existe o despreparo para a frustração e, consequentemente, a imaturidade. Gostaria de deixar um recadinho para aqueles que ainda resistem incessantemente ao “Não”: Pare e pense antes de reagir.

A primeira atitude a tomar, para começar a aceitar o não, é mudar a forma de pensar sobre o mundo e as pessoas. Entenda que nem sempre as coisas serão “do seu jeito. E que sofrer faz parte da existência e viver dá trabalho. Procure respeitar seus semelhantes quando eles lhe disserem “Não”. Reflita porque as pessoas que convivem com você o chamam de inflexível, orgulhoso e autoritário.

Não seria muito melhor mudar seu comportamento e ganhar adjetivos mais positivos e qualidades apreciadas por todos? Repita para si mesmo que o mundo não gira em torno de você. As pessoas não são obrigadas a atendê-lo na hora em que você quer e da maneira que deseja.

Por fim, acredite que aceitar as negativas é algo desafiador e estimulante para seu crescimento. Com certeza, será preponderante para um desenvolvimento pessoal mais consistente. Aceitar é ter maturidade.

Pense nisso!!! Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 1 Coríntios 13:11 Até a próxima semana!!!

Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualifi cações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com

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