China Internacional Novo Normal

Xi Jinping quer que a China aprenda a fazer amigos e influenciar pessoas

JSNEWS – Falando em uma sessão de estudos para a liderança do Partido Comunista chinês nesta segunda-feira, 31, o presidente chinês, Xi Jinping, disse que é importante para seu país contar a sua história de forma positiva, apresentando a imagem de uma “China crível, amável e respeitável”. Ele acrescentou que as organizações de propaganda do Partido precisam deixar claro para o mundo que Pequim não quer “nada além do bem-estar do povo chinês”. As informações são da agência estatal de notícias Xinhua.

A visão de Xi faz sentido. Desde que assumiu o poder em 2012, ele pressionou para que a China assumisse um papel de destaque nos assuntos globais, mas, além da Rússia e do Paquistão, a China tem poucas relações diplomáticas fortes com as principais potências mundiais.

O que Xi não disse é que seu país atualmente tem um grande problema de imagem em várias partes do mundo. Um relatório da Pew Research do final de 2020 mostra que dos 14 países pesquisados ​​na Europa, América do Norte e Leste Asiático, cada um tinha uma visão negativa da China.

Parte do problema da imagem negativa de Pequim vem da percepção global sobre a origem da Covid-19 e de que o governo da China não foi claro ao informar a sobre sua a gravidade no inicio da pandemia agravando a propagação global do vírus.

Mas as opiniões sobre a China não eram boas, mesmo antes da pandemia – e parte disso se deve ao fato do país adotar a diplomacia do “guerreiro lobo“, que é o nome  de uma série de filmes de ação de origem chinesa que exalta o nacionalismo daquele país, e serve para descrever uma política externa agressiva que começou a tomar forma em 2019, quando os principais lideres mundiais começaram a tecer criticas de modo mais contundente a diplomacia da China tanto na imprensa quanto nas redes sociais.

Em julho de 2019, Zhao Lijian, então conselheiro da embaixada chinesa no Paquistão, começou a condenar o que considerava a hipocrisia dos Estados Unidos sobre os direitos humanos, apontando os próprios problemas de Washington com racismo, desigualdade de renda e violência armada. A defesa total da China por Zhao foi controversa. Mas isso lhe rendeu uma promoção a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores e outros diplomatas chineses começaram a se espelhar nele.

Houve relatos de desconforto com os guerreiros lobos dentro da comunidade diplomática da China, mas, por enquanto, não há sinal de que Zhao ou seus colegas estejam sendo controlados, especialmente quando sua abordagem é tão popular com o público doméstico.
Depois que o alto diplomata chinês Yang Jiechi disse a seus colegas americanos em março que Washington “não tem qualificação para falar com a China”, sua frase de efeito foi rapidamente impressa em camisetas vendidas em Pequim e outras cidades.
Xi pode querer que a China estenda a mão da amizade ao mundo, mas com os guerreiros lobos do Ministério das Relações Exteriores gritando às suas costas, muitos países podem ficar reticentes em arriscar uma amizade além daqueles que sejam regidos por interesses comerciais sem outras simpatias.

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