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Governo Biden tenta relação pragmática com o Brasil de Bolsonaro

JSNEWS – Na primeira visita de funcionários de alto nível da Casa Branca ao Brasil desde a posse de Joe Biden, em janeiro, a agenda da missão liderada pelo conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, é profundamente pragmática e concentrada em questões prioritárias para os Estados Unidos, com o leilão da tecnologia de telefonia móvel 5G, disseram fontes ouvidas pelo GLOBO.

“Trata-se de uma visita muito importante. Sullivan trabalha diretamente com o presidente Biden, e a presença de funcionários como González, Zúniga, Chhabra e Mital significa que é uma missão não apenas americana, é uma missão da Casa Branca que reconhece a importância do Brasil”, afirma o ex-embaixador em Brasília Thomas Shannon, para quem o leilão do 5G ocupa uma posição prioritária na agenda americana: “A questão China é central, e dentro dela o 5G é crucial”.

Shannon acredita que os enviados de Biden trarão mensagens claras para o governo, mas também para a sociedade.

“Será expressado o desejo de trabalhar juntos. A relação bilateral possível está baseada em interesses comuns, é pragmática”, frisa o embaixador.

Diferentemente da relação mais fluida e abrangente que o governo Biden tem com a Argentina, país que a equipe de Biden visitará amanhã, com o governo do presidente Jair Bolsonaro sabe-se que as diferenças políticas tornam difícil um vínculo que vá além da possibilidade de trabalhar juntos em interesses comuns.

Embora tenha atacado a política ambiental do governo brasileiro na campanha eleitoral do ano passado, desde que assumiu o poder, Biden evitou abrir frentes de conflito com o Brasil, decepcionando a ala esquerda radical do Partido Democrata.

Os pontos mais sensíveis da relação continuam sendo a adesão de Bolsonaro às falsas denúncias de fraude eleitoral do ex-presidente Donald Trump, e, mais importante, o combate às mudanças climáticas. Numa clara sinalização de que não existe confiança nas promessas feitas por Bolsonaro na Cúpula de Líderes sobre o Clima organizada por Biden em abril, a missão americana se reunirá com governadores da região amazônica.
Cibersegurança.

Bolsonaro foi um dos últimos chefes de Estado a cumprimentarem Biden por ocasião das eleições e por ser ferrenho defensor de Donald Trump. No dia 20 de janeiro, ele enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, felicitando Biden pela posse. O chefe do Executivo brasileiro se mostrou otimista quanto à relação bilateral entre os dois países com o início do mandato e disse acreditar em um “excelente futuro para a parceria Brasil-EUA”.

“Cumprimento Joe Biden como 46º Presidente dos EUA. A relação Brasil-Estados Unidos é longa, sólida e baseada em valores elevados, como a defesa da democracia e das liberdades individuais. Sigo empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade de nossas nações e o bem-estar de nossos cidadãos”, escreveu o mandatário na data.

 

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