EUA

Tiros nas pernas e fosso com cobras e crocodilos; o modo Trump para conter a imigração

Participaram do encontro o secretário de Estado, Mike Pompeo, a então secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, e o chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney, além do genro do presidente, Jared Kushner, e do assessor para temas de imigração, Stephen Miller.

Além da proposta de atirar nas pernas dos imigrantes, o presidente americano ainda ordenou o fechamento de todas as 2 mil milhas da fronteira com o México até o meio-dia do dia seguinte. Trump já havia sugerido anteriormente, em privado, a construção de um muro fortifi cado com um fosso cheio de cobras e crocodilos na fronteira.

Ele queria que a barreira tivesse uma cerca elétrica com lanças no topo capazes de perfurar o corpo humano. O presidente chegou, inclusive, a pedir um orçamento das obras aos seus assistentes. Todas as ideias levantadas pelo republicano foram desaconselhadas pelos assessores. Segundo o The New York Times, a reunião de março, que estava planejada para durar 30 minutos, se estendeu por 2 horas enquanto a equipe tentava acalmar Trump.

“Vocês estão me fazendo parecer um idiota. Eu disputei a eleição com essa promessa”, dizia o presidente, segundo descreveram funcionários da Casa Branca. A reunião terminou com os assessores de Trump convencendo o presidente americano a dar mais uma semana de prazo antes de determinar o fechamento da fronteira.

Eventualmente, o republicano recuou totalmente da ideia. Na quarta-feira, 2, Trump negou que tenha sugerido implantar fossas com crocodilos como um método para conter a entrada de imigrantes na fronteira com o México.

“A imprensa está tentando vender o fato de que eu queria uma [fossa] cheia de crocodilos e cobras, com uma cerca elétrica e pontas afiadas, na nossa fronteira sul”, escreveu Trump. “Posso ser duro com a segurança nas fronteiras, mas não tanto. A imprensa ficou louca. Notícias falsas!”. Neste final de semana, uma juíza do Distrito de Columbia impediu que o governo de Trump expandisse uma política que permite ao governo deportar rapidamente imigrantes ilegais sem passar por tribunais de imigração.

A política, conhecida como remoção acelerada, atualmente é aplicada a imigrantes encontrados a 100 milhas das fronteiras mexicanas ou canadenses e que entraram ilegalmente nos Estados Unidos nas últimas duas semanas. Em julho, o governo Trump passou a expandir a aplicação da política a todo o país e a qualquer imigrante que entrou ilegalmente nos dois anos anteriores.

Mas juíza Ketanji Brown Jackson discordou do processo usado pelo governo para expandir a política. As deportações aceleradas, no entanto, podem continuar em áreas próximas às fronteiras. A medida é mais uma das muitas tomadas pelo presidente americano para barrar a entrada de imigrantes ilegais desde o início de seu governo.

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