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Temperaturas negativas atrapalham busca por vitimas de tornados nos EUA

RFI – Três dias após a passagem dos devastadores tornados por seis estados americanos, os serviços de resgate correm contra o relógio na busca por sobreviventes. Sob temperaturas negativas, uma grande força-tarefa com a ajuda de voluntários tenta limpar e reconstruir as áreas atingidas. O presidente americano, Joe Biden, deve visitar a região na quarta-feira (15).

Segundo o último balanço de vítimas, ao menos 88 pessoas morreram em toda a região atingida. Apenas no estado do Kentucky, foram 74 mortos, mas 110 moradores continuam desaparecidos.

As cidades mais atingidas não têm nem energia, nem água e as equipes de resgate são insuficientes para tanto trabalho e devastação. Segundo as autoridades locais, a reconstrução pode levar anos. Ao menos mil residências foram danificadas ou completamente destruídas só no estado do Kentucky.

O governador do Kentucky, Andy Besher, disse que pode demorar uma semana ou até mais para que o número exato de mortos seja confirmado. Várias vítimas ainda não puderam ser identificadas. Muito emocionado, ele declarou que as idades das vítimas variam até o momento de cinco meses a 86 anos.

Besher também pediu que a população se prepare para o aumento do balanço de mortos. Segundo ele, a quantidade de pessoas desaparecidas deve ser muito maior do que apontam os registros oficiais até agora.

A primeira-dama do estado, Britainy Beshear, também se emocionou muito na coletiva de imprensa a segunda-feira (13) ao falar sobre arrecadação de brinquedos para as famílias que perderam tudo. Com a voz embargada, ela não conseguiu nem mesmo terminar a frase.

Nas cidades mais atingidas do Kentucky, Mayfield and Dawson Springs, as autoridades tentam também construir grandes estruturas e casas temporárias às pressas para abrigar quem perdeu tudo. Voluntários de todo o país são convocados para ir à região ajudar na limpeza e reconstrução da área.

Mais de 30 tornados passaram por seis estados do centro dos Estados Unidos. Além do Kentucky, Mississipi, Arkansas, Tennesse, Missouri e Illinois foram atingidos.
Autoridades federais e estaduais estão investigando o desabamento do depósito da Amazon em Edwardsville, em Illinois, onde seis pessoas morreram. Funcionários da empresa defenderam os procedimentos de segurança.

Tornados são incomuns durante o inverno
Apesar de devastadores tornados serem raros em dezembro, esses fenômenos foram registrados outras quatro vezes nos últimos 21 anos: em 2000, 2015, 2018 e 2019. No entanto, eles são muito mais comuns em abril e maio, período da primavera do Hemisfério Norte.

Na última sexta-feira (10), quando o centro dos Estados Unidos foram atingidos por cerca de 30 tornados, fazia calor, a umidade estava alta e houve a chegada de uma frente fria, os mesmos fatores que causam as grandes tempestades na primavera.

Hoje, os cientistas sabem que há uma relação entre aquecimento do planeta e a frequência de furacões, ondas de calor e secas, por exemplo. No entanto, de acordo com vários pesquisadores americanos, é dificil afirmar qual o papel das mudanças climáticas na formação de tornados, principalmente porque há poucos dados sobre o assunto. Além disso, nem todos os tornados são registrados, e é difícil fazer um levantamento total porque muitos acontecem em áreas isoladas, rurais, e ninguém os reporta quando não causam danos.

Por isso, o presidente americano, Joe Biden, pretende formar uma equipe para estudar os tornados e construir um histórico mais preciso. No momento, a única solução é construir estruturas que resistam a esses fenômenos, o que já é feito no estado da Flórida, para resistir aos furacões.

Visita de Biden ao Kentucky
A Casa Branca anunciou que o presidente americano visitará as áreas mais devastadas na quarta-feira, incluindo Mayfield e Dawson Springs, cidades que foram completamente destruídas pelos tornados. Biden declarou que o governo federal vai dar todo o apoio necessário o tempo que for preciso para ajudar a região.

O líder democrata se disse particularmente preocupado com a saúde mental dos sobreviventes e as incertezas que enfrentam sobre o futuro.

Cerca de 400 agentes da guarda nacional foram enviados à região para tentar agilizar o processo de limpeza, reconstrução, ajudar na busca pelas vítimas e a encontrar abrigo pra quem perdeu tudo.

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