EUA

Grupos radicais batem recorde na era Trump

Jehozadak Pereira

Pelo quarto ano consecutivo, os grupos de ódio e radicais batem recorde de crescimento, com a ascensão do presidente Donald Trump. As informações que estão contidas no relatório anual do Southern Poverty Law Center (SPLC), divulgado na quarta-feira, 20, e que apontam um aumento de 30% entre a campanha e a presidência de Trump. Ao mesmo tempo, a violência racial e anti-semita continuou a atormentar o país, seguindo o mesmo padrão de escalada que os grupos de ódio.

São 1.020, os grupos de ódio identificados no novo relatório representam um aumento de 7% sobre os 954 contados em 2017. O Estado da Califórnia com 73 grupos radiciais têm o maior número; no Estado do Novo México não há registro de grupos radicais. O novo total supera o dado anterior de 1.018 alcançada em 2011 durante o auge de uma reação contra o presidente Obama, o primeiro presidente negro.

De 2011 a 2014, o número caiu quase 25%, para 784. As estatísticas do FBI mostram que os crimes de ódio aumentaram em 30% no período de três anos que terminam em 2017, sendo que faltam tabular os números de 2018. O SPLC também lançou junto com o relatório um mapa de ódio interativo e atualizado, mostrando os locais dos grupos de ódio em todo o país.

Publicação do SPLC, aponta que Trump não está sozinho na tarefa de espalhar o medo sobre a crescente diversidade do país. A Fox News reverberou e potencializou as falas do presidente e foi uma fonte para suas incendiárias reclamações em 2018. Ajudado por um coro de partidários em meios de comunicação de direita e os conselheiros em sua administração com simpatias de grupos de ódio, Trump promulgou uma série de políticas oriundas da direita radical.

Mas há sinais crescentes de que muitos entre os radicais da direita estão insatisfeitos e criticam Trump, pois ao ver deles, o presidente não cumpriu sua promessa de construir um muro na fronteira entre os EUA e o México. O relatório aponta que a grande maioria dos grupos de ódio – incluindo neonazistas, Ku Klux Klan, skinheads, neo-confederados e nacionalistas brancos – aderem a alguma forma de ideologia da supremacia branca.

Com isto, o número de grupos nacionalistas brancos, cresceu quase 50% – de 100 grupos para 148 – em 2018, depois que Trump assumiu o poder. Mas em uma reação igualmente oposta, os grupos nacionalistas negros também expandiram suas fi leiras, crescendo de 233 em 2017 para 264 em 2018.

Esses grupos são tipicamente anti-semitas, anti-LGBT e anti-brancos. Ao contrário dos grupos nacionalistas brancos, no entanto, eles praticamente não têm defensores ou influência na política dominante, muito menos na Casa Branca.

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