EUA

Barrados, estudantes brasileiros pedem ajuda para voltarem às aulas nos EUA

O UOL, publicou na quinta- -feira, 13, uma reportagem onde conta a saga de alunos brasileiros que estudam em escolas e universidades dos Estados Unidos estão proibidos de entrar no país e veem com preocupação o retorno às aulas presenciais por lá. Um grupo de estudantes se reuniu para pedir ajuda ao governo brasileiro para que tente negociar um acordo de isenção para estudantes nacionais com vínculos ativos nas instituições norte-americanas.

Cerca de 20 mil brasileiros estudam nos Estados Unidos atualmente, e o grupo estima que pelo menos 10 mil voltaram para o Brasil por conta da suspensão das aulas, no início da pandemia. Procurado pelo UOL, o Itamaraty informou que acompanha a situação, mas “assinala que a autorização de ingresso em território de país estrangeiro é prerrogativa soberana das autoridades imigratórias do respectivo país”.

No dia 24 de maio, os Estados Unidos anunciaram a proibição da entrada de estrangeiros vindos do Brasil. A medida foi tomada depois que o Brasil se tornou o segundo país com o maior número de pessoas infectadas pela covid-19 — atrás apenas do país norte-americano. Antes disso, muitos estudantes já tinham decidido voltar ao Brasil para ficarem perto da família durante o período de restrição.

Agora, com o retorno das aulas já anunciado, eles temem serem prejudicados. “Minhas aulas começam dia 21 de agosto, e tenho passagem comprada para o dia 18”, conta o estudante de administração e marketing na University of Evansville, Dan Setton, 21, que é de Maceió e é um dos líderes do movimento que cobra do governo brasileiro uma negociação de flexibilização.

Como exemplo, ele cita o acordo que foi feito pelos EUA com países europeus. “Os estudantes europeus foram isentos. Queremos que o Itamaraty negocie com o governo americano para que nós, estudantes brasileiros, também sejamos isentos. Na nossa opinião, é justíssimo tendo em vista que educação é viagem essencial e que países como o Canadá, por exemplo, já isentaram todos os estudantes de suas restrições de viagem”, afirma.

O grupo criou uma campanha no Instagram para pressionar o governo brasileiro a se posicionar. Um dos posts diz: “Estudantes internacionais de todos os países devem estar isentos das restrições de viagem”. “Precisamos desse apoio, pode ser feita uma negociação. Nosso governo sempre diz que tem um boa relação com o governo de lá, isso é totalmente possível. Se fosse uma questão sanitária, países como o México estariam banidos”, opina Setton.

Natural de Brasília, a estudante Flávia Batista, 23, está no segundo ano do mestrado em ciência política e relações internacionais na Universidade de Illinois e também reclama da falta de apoio. “As escolas e faculdades estão adotando um sistema híbrido ou totalmente presencial para este semestre, e estão oferecendo apoio aos estudantes internacionais.

Em relação à covid, muitas universidades, como é o caso da minha, estão oferecendo testes de graça para os estudantes, com exigências para garantir a segurança do nosso retorno”, conta. “Em Illinois [estado norte-americano], adotaram um sistema de monitoramento, que nos permite saber se estamos perto de alguém contaminado ou não.

Ou seja, a nossa exclusão por ‘questões meramente sanitárias’ não se sustenta em vista dos muitos meios que existem para prevenção.” Flávia é bolsista e tem direito a um salário mensal por ser professora assistente de português. Ela teme perder o que já conquistou se não retornar para o reinício das atividades presenciais.

“Como estudante de pós-graduação, o acesso à biblioteca e às discussões com professores e colegas são essenciais para a construção da minha dissertação, que deve ser apresentada em maio de 2021. As minhas aulas começam em menos de duas semanas e ainda sim não posso retornar por conta do veto”, completa.

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