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Dependência de Eletrônicos e Seus Impactos na Sociedade: O Papel da Família na Mitigação dos Efeitos

Por: Eliana Pereira Ignacio – Olá, meus caros leitores dando continuação ao artigo anterior, onde discutimos a dependência de eletrônicos e seus impactos biopsicossociais e espirituais, é essencial abordar a participação da família neste contexto. A família desempenha um papel crucial na formação de hábitos e na moderação do uso de dispositivos eletrônicos, sendo fundamental adotar uma postura preventiva e assertiva, sem recorrer à agressividade.

A dinâmica familiar moderna muitas vezes contribui para a exacerbação do uso de eletrônicos. É comum observar pais utilizando dispositivos para tarefas cotidianas, como pagamentos, compras, controle de iluminação e outros comandos domésticos. Embora esses avanços tecnológicos tragam praticidade e inovação, também podem conduzir a um uso excessivo e indiscriminado de dispositivos, tanto por adultos quanto por crianças.

A Co-participação dos Pais no Uso de Eletrônicos

Os pais, muitas vezes sem perceber, tornam-se co-participantes no uso excessivo de eletrônicos pelos ­ filhos. Ao permitir que dispositivos sejam utilizados como meio de entretenimento ou ferramenta para manter as crianças ocupadas, os adultos podem estar incentivando um comportamento que leva à dependência.

A rotina acelerada e as múltiplas responsabilidades dos pais na sociedade contemporânea frequentemente resultam em uma conivência inadvertida com o uso excessivo de eletrônicos, visto que estes dispositivos oferecem uma solução rápida e aparentemente e­ficaz para manter a paz e a ordem no lar.

No entanto, é importante que os pais compreendam que a dependência de eletrônicos pode ter consequências negativas signi­ficativas no desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças.

Problemas como isolamento social, di­ficuldades de concentração, aumento da ansiedade e problemas de sono estão associados ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos.

O Posicionamento da Família

Prevenção e Educação Para mitigar esses efeitos, a família deve adotar uma abordagem preventiva e educativa. Isso inclui estabelecer limites claros e consistentes para o uso de eletrônicos, incentivando atividades off‑line e promovendo interações familiares de qualidade.

Os pais devem estar cientes de seu papel como modelos para os ­filhos

Se os adultos utilizam dispositivos de forma excessiva, as crianças provavelmente seguirão o exemplo. A criação de um ambiente familiar saudável e equilibrado exige que os pais participem ativamente da vida dos ­ filhos, promovendo atividades que não envolvam dispositivos eletrônicos.

A prática de esportes, leituras conjuntas, passeios ao ar livre e jogos de tabuleiro são exemplos de atividades que podem fortalecer os laços familiares e reduzir a dependência de eletrônicos.

Necessidade de Tratamento para a Família

Em casos em que, a dependência de eletrônicos já se encontra enraizada, pode ser necessário que a família inteira busque apoio e tratamento. Terapias familiares podem ajudar a reestabelecer uma comunicação saudável e a desenvolver estratégias para reduzir o uso excessivo de dispositivos.

Pro­fissionais de saúde mental, como psicólogos e terapeutas familiares, estão capacitados para oferecer orientações e intervenções que bene­ ciem todos os membros da família, promovendo um ambiente mais equilibrado e harmonioso.

Reconhecendo a Conivência Involuntária dos Pais

Os pais precisam reconhecer que, ao delegar muitas tarefas aos dispositivos eletrônicos, podem estar inadvertidamente promovendo um uso excessivo que afeta toda a família.

Embora a tecnologia ofereça inovações práticas, é crucial encontrar um equilíbrio que permita usufruir dos benefícios sem comprometer a saúde e o bem-estar familiar.

A substituição de atividades manuais e interativas por comandos eletrônicos pode parecer e­ ciente, mas reduz a interação humana e o desenvolvimento de habilidades essenciais.

O desa­fio é encontrar uma harmonia entre a utilização da tecnologia e a manutenção de atividades que promovam o desenvolvimento saudável e a coesão familiar.

Portanto, é crucial que os pais reconheçam seu papel e adotem práticas que incentivem um uso equilibrado e saudável da tecnologia, protegendo o desenvolvimento emocional e social de seus ­ filhos.

Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele. Provérbios 22:6


Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com

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