Brasil

Senado vai questionar no STF operação contra líder do governo

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou que a Mesa Diretora da Casa vai entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a operação da Polícia Federal (PF) da qual o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB- -PE), foi alvo na quinta-feira, 19. Um dos questionamentos, declarou Alcolumbre, é a realização de busca e apreensão no gabinete da liderança do governo sendo que, na época dos fatos investigados pela PF, Bezerra não tinha esse cargo.

Além disso, ele questionou o fato de uma operação ser realizada sete anos depois das ocorrências sob investigação. Outro questionamento feito pelo presidente do Senado é que a operação foi autorizada monocraticamente pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, após um pedido da Polícia Federal, e não do Ministério Público.

Alcolumbre conversou com Bezerra e com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sobre a operação. Pelo que ouviu de Onyx, seu colega de partido, “não passa nem pela cabeça do governo” trocar o líder Fernando Bezerra neste momento. Ele ainda elogiou o perfil do parlamentar e sua atuação na função no Senado.

Bezerra deixou o presidente Jair Bolsonaro à vontade para trocar o seu representante no Senado. “Tomei a iniciativa de colocar à disposição o cargo de líder do governo para que o governo possa, ao longo dos próximos dias, fazer uma avaliação se não seria o momento de proceder a uma nova escolha ou não.

Esse é um julgamento e um juízo que será feito pelo presidente e pelo ministro-chefe da Casa Civil”, disse Bezerra. Outro alvo da operação é o filho de Bezerra Coelho, o deputado e ex-ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho (DEM-PE).

Foram expedidos 52 mandados de busca e apreensão contra os endereços de todos os investigados, dentre eles autoridades públicas, beneficiários dos recursos e das empreiteiras envolvidas. Cerca de 220 policiais federais participam das diligências.

A investigação, instaurada em 2017, teve início a partir de colaborações firmadas com presos no âmbito da Operação Turbulência, deflagrada em junho de 2016 e que apurava o uso de empresas de fachada, controladas pelos delatores, na lavagem de dinheiro de empreiteiras e no pagamento de propinas a políticos.

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