Brasil

João Doria determina revisão de protocolos da Polícia Militar do Estado de SP

Durante entrevista a jornalistas, o governador negou que o seu discurso mais duro com relação à segurança pública possa estar contribuindo para o aumento da letalidade policial no estado. Segundo ele, o aumento da letalidade em São Paulo ocorre pelo aumento da eficiência e de ações mais amplas das policias de combate ao crime.

Doria também negou que a violência policial nas periferias seja uma rotina, mas admitiu estar chocado com vídeo divulgado das agressões. Na última segunda-feira, Doria havia dito que não seriam feitas mudanças nos procedimentos policiais.

Ele também orientou todos os seus secretários para criar um conjunto de propostas sociais – envolvendo ações nas áreas de lazer, cultura, esporte, cidadania e até formação profissional – para as comunidades carentes de Paraisópolis e Heliópolis.

O anúncio ocorre quatro dias após a morte de dez pessoas em pancadões (bailes funks) na capital paulista – nove delas em Paraisópolis e uma em Heliópolis, ocorridas no último domingo, 1º. Doria se disse chocado após a divulgação de um vídeo que mostrou agressões de um policial a jovens em um baile funk.

Ele afirmou que os casos de violência desproporcional devem ser punidos: “Isso é incompatível com o respeito à corporação. É inaceitável que a melhor polícia do Brasil utilize de violência ou de força desproporcional, sobretudo quando não há nenhuma reação de agressão”.

Segundo Doria, as ações serão desenvolvidas junto com a prefeitura e deverão ser apresentadas em breve. Ele disse ainda que as duas comunidades receberão unidades das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e que conversou com a Sabesp, empresa de água e saneamento, para que sejam priorizadas ações envolvendo melhorias no saneamento básico nessas comunidades.

Na noite de segunda, Doria recebeu familiares das vítimas de Paraisópolis e líderes comunitários. Segundo o governador, as famílias pediram que as investigações prossigam, sejam rigorosas e tenham transparência, além de que sejam acompanhadas pela Defensoria Pública, pela Promotoria e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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