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Biden reduz plano de infraestrutura para US$ 1 tri após acordo com republicanos

REUTERS – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conseguiu um acordo sobre um pacote de infraestrutura de US$ 1 trilhão, para gastar bilhões de dólares na reforma de estradas, pontes e redes de banda larga nos próximos oito anos.

O acordo com um grupo bipartidário de senadores fica muito aquém do plano de gastos de US$ 2,3 trilhões em infraestrutura revelado por Biden em março e não aborda o investimento de US$ 1,8 trilhão na rede de segurança social que o presidente propôs em abril.

Mas representa um grande marco para Biden, que prometeu usar suas décadas de experiência como senador (por Delaware) para trabalhar com os republicanos e resistir à polarização que se tornou endêmica na política americana.

Biden anunciou o acordo na Casa Branca nesta quinta-feira (24), depois de se reunir com senadores moderados que forjaram o compromisso, incluindo a democrata Kyrsten Sinema, do Arizona, e a republicana Susan Collins, do Maine.

“Fizemos sérias concessões dos dois lados”, disse o presidente, acrescentando que isso lhe lembrou “o tempo em que costumávamos realizar muita coisa no Congresso”.

Os democratas e a Casa Branca esperam aprovar o restante de sua agenda econômica, usando suas exíguas maiorias no Congresso, separadamente da lei de infraestrutura bipartidária negociada com os republicanos.

Mas a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, disse na quinta que a lei teria de ser condicionada: a Câmara só consideraria o pacote de infraestrutura bipartidário se as prioridades econômicas mais amplas de Biden —incluindo o aumento de impostos para as empresas e os ricos— forem aprovadas antes no Senado segundo as linhas do partido.

Biden tinha apresentado a lei de infraestrutura como vital para corrigir o subfinanciamento crônico das redes de transporte e outros serviços públicos dos EUA ao longo dos anos, e situar o país em melhor posição para competir com a China no século 21.

Um acordo de infraestrutura em grande escala tinha sido um objetivo de republicanos e democratas mesmo durante a presidência de Donald Trump, mas nunca se realizou. Os detalhes completos do acordo bipartidário ainda serão revelados pelos senadores, mas Biden disse que foi flexível nas negociações e que provavelmente não fará novas exigências.

“Eles têm minha palavra, vou respeitar o que eles propuseram. E eles também me deram sua palavra. De onde eu venho, isso é suficiente”, disse Biden.

Alguns membros do grupo bipartidário comemoraram o acordo.

“É a semana da infraestrutura!”, tuitou Bill Cassidy, senador republicano da Louisiana.

O acordo sobre infraestrutura, se aprovado pelo Congresso, acompanhará a lei de estímulo de US$ 1,9 trilhão de Biden, que foi aprovada em março como medida de emergência para reanimar a economia americana enquanto o país sai da pandemia.

A maior fonte de tensão sobre o pacote de infraestrutura foram desacordos quanto às maneiras de captar receitas, para que não aumentassem a dívida. Afinal, o grupo bipartidário concordou principalmente em cobrir o custo com dinheiro não utilizado de rodadas anteriores de medidas de estímulo ligadas à pandemia.

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