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Trump dá ultimato para a OMS e ameaça cortar verba permanentemente

ESTADO – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (18) congelar permanentemente o envio de verbas americanas para a Organização Mundial da Saúde (OMS) caso “melhorias substanciais” não sejam feitas nos próximos 30 dias.

Os Estados Unidos são os maiores financiadores da OMS, com contribuições anuais de entre 400 e 500 milhões de dólares. Porém, em abril, Washington suspendeu o financiamento para a OMS, acusando a entidade de ser muito favorável à China, encobrir e administrar mal a pandemia de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Na segunda, Trump postou no Twitter imagens de uma carta que enviou ao diretor da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, informando que “se a Organização Mundial da Saúde não se comprometer com melhorias substanciais nos próximos 30 dias, irei transformar o congelamento temporário do financiamento dos Estados Unidos para a Organização Mundial da Saúde em permanente e irei reconsiderar nossa participação na organização”.

O presidente americano encerra a carta dizendo que não pode permitir que “os dólares dos contribuintes americanos continuem financiando uma organização que, em seu estado atual, claramente não atende aos interesses dos Estados Unidos”.

Trump, que mais cedo já tinha chamado a OMS de se “marionete” de Pequim, acusou nesta carta a organização de ter uma “alarmante falta de independência” da China e de ter ignorado o que descreve como “relatórios confiáveis” de que o vírus se espalhou na cidade de Wuhan, epicentro do surto, no início de dezembro ou mesmo antes.

Candidato à reeleição este ano, o presidente americano, que é criticado pela condução do combate à pandemia, culpa sistematicamente a China por tentar encobrir o surto, que surgiu no fim de 2019, e acusa a OMS de não responsabilizar Pequim. O governo chinês nega as acusações.

A crítica de Trump acontece em um momento em que o número de mortos pela pandemia em seu país passa de 90 mil. Os Estados Unidos concentram 1,5 milhão dos 4,8 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus.

Ainda na carta, Trump acusa a OMS de demorar a declarar pandemia de Covid-19, o que só aconteceu em 11 março e criticou os elogios da agência à “transparência” da China em meio a relatos de censura e falta de cooperação internacional.

Trump também criticou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, dizendo que ele poderia ter salvado muitas vidas se tivesse agido como Harlem Brundtland, que liderou a OMS durante o surto de Sars que ocorreu em 2003.

‘É hora de solidariedade’, diz UE
A União Europeia (UE) manifestou seu apoio à OMS depois que Trump ameaçou suspender permanentemente seu financiamento para a gestão da pandemia.

“É hora de solidariedade, não de apontar o dedo, ou minar a cooperação multilateral. A UE apoia os esforços da OMS”, disse a porta-voz da diplomacia europeia, Virginie Battu.

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