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Senado dos EUA discute nomeação da primeira mulher negra para Suprema Corte

AFP – O Senado dos Estados Unidos discute, nesta segunda-feira (21), a histórica nomeação para a Suprema Corte da juíza Ketanji Brown Jackson, que se tornará a primeira mulher negra a integrar o máximo tribunal do país.
O Comitê Judiciário do Senado realizará quatro dias de audiências de confirmação, a partir desta segunda-feira, para a jurista de 51 anos, indicada pelo presidente Joe Biden.

As audiências no Senado para os indicados à Suprema Corte se tornaram um campo de batalha partidário nos últimos anos, entre republicanos e democratas.

“Cada nomeação da Corte é significativa porque muitos assuntos são decididos ali”, afirmou Larry Sabato, diretor do Centro de Política da Universidade de Virgínia.

“Além disso, muitos desses assuntos são problemas sociais candentes que movem votos ou motivam os eleitores”, como o aborto e o direito às armas, explicou Sabato à AFP.

Jackson foi indicada para substituir outro juiz liberal, Stephen Breyer, que se aposentou aos 83 anos.

Sua confirmação, estima Sabato, não mudará completamente a composição da corte, dominada por uma maioria conservadora de 6 a 3. “Isso por si só reduz os riscos e deve contribuir para uma confirmação mais fácil”, disse.
Os democratas, com uma pequena vantagem, têm os votos para confirmar Jackson, jurista formada pela renomada Universidade de Harvard, que atuou como defensora pública federal para clientes desfavorecidos.

O Senado, formado por 100 membros, está dividido em 50-50 entre democratas e republicanos. A vice-presidente democrata Kamala Harris tem o voto de desempate.

“Inevitavelmente, alguns senadores republicanos atacarão Jackson por uma grande variedade de temas” porque “estarão jogando para a base republicana”, considerou Sabato.

Mas as credenciais de Jackson parecem abrir o caminho, apesar das disputas partidárias, segundo o analista.

Até senadores republicanos moderados votaram há apenas um ano para confirmar a indicação de Jackson ao Tribunal de Apelações do Circuito dos Estados Unidos.

Ainda assim, vários parlamentares republicanos criticaram Biden por cumprir sua promessa eleitoral de escolher uma mulher negra para a Suprema Corte.
“Já que os democratas infelizmente tiveram algum sucesso ao tentar pintar os republicanos como racistas, pode ser mais difícil recusar uma jurista negra”, disse a senadora republicana Susan Collins, do Maine.

Se a indicação for confirmada, Jackson será a terceira afroamericana a servir na Suprema Corte, mas a primeira mulher negra.

Thurgood Marshall trabalhou na Corte entre 1967 e 1991 e foi sucedido por Clarence Thomas, que permanece no cargo. Thomas, de 73 anos, foi hospitalizado na sexta-feira com uma infecção, mas deve sair do hospital em breve, anunciou a Suprema Corte em um breve comunicado.

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