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Premier do Líbano renuncia após explosão e onda de protestos

ANSA – O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, anunciou sua renúncia e a dissolução de todo o gabinete nesta segunda-feira (10), em meio aos protestos contra o governo e explosões ocorridas em Beirute no último dia 4 de agosto.

Antes da decisão tomada após as diversas renúncias de membros de seu equipe, o premier disse que a explosão foi resultado de corrupção endêmica na administração libanesa.

Em discurso à nação transmitido pela TV local, Diab explicou que dará “um passo para trás para poder estar com o povo e lutar por mudanças junto com as pessoas”.

“Eu declaro hoje a renúncia deste governo”, afirmou ele, acrescentando que quer “ouvir os pedidos da nação por uma mudança real”.

Diab ainda acusou um grupo, sem citar nomes, de atrapalhar o combate à corrupção na nação. “Há uma classe política que está resistindo por todos os meios para impedir as mudanças. Eles sabiam que éramos uma ameaça para eles”.

“Não aceitamos essas provocações. Criamos um trabalho e, apesar de tudo isso, as vozes e as críticas não cessaram. Nossa esperança era a mudança que os libaneses estão pedindo. Mas entre nós e as mudanças há um muro muito grande protegido por uma classe que luta com meios não muito corretos e domina a sociedade desse país. O sucesso desse gabinete era a mudança. Por isso anuncio a demissão de todo o gabinete. Que Deus abençoe o Líbano”, declarou o premier.

A saída do cargo foi anunciada em mais um dia de manifestações no Líbano, enquanto uma multidão fazia um ato em Beirute, no qual foram registrados confrontos com as forças do estado.

Dezenas de jovens com os rostos cobertos começaram a atirar pedras contra os policiais na área do Parlamento de Beirute. Os agentes estão respondendo com gás lacrimogêneo.

Desde o fim de semana, milhares de pessoas tomaram as ruas da capital do país para protestar contra o governo, depois da explosão de mais de 2 mil toneladas de nitrato de amônio, em 4 de agosto, que matou pelo menos 220 cidadãos e feriu mais de 7 mil, além de devastar parte de Beirute. A tragédia se uniu a meses de colapso político e econômico.

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