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PF conclui operação Cai-Cai 3 que apurou mais de 400 crimes em cidades de MG

Da Redação – A Polícia Federal concluiu as investigações da operação Cai-Cai 3 e indiciou 26 pessoas que integravam quatro associações criminosas diferentes.

De acordo com a PF, foram apurados 409 crimes, sendo quatro de associação criminosa, 272 de promoção de migração ilegal e 133 de envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior.

A fase 3 teve início em outubro de 2019, quando a Polícia Federal de Governador Valadares três notícias-crime diferentes, de três unidades da PF, de três estados distintos. A partir dos recebimentos dessas notícias-crime, a Polícia Federal verificou a procedência delas e instaurou o inquérito policial que durou pouco mais de um ano”, explicou o delegado Cristiano Campidelli.

Na sexta-feira (21), a Polícia Federal deflagrou um adendo da fase 3, denominada fase 3.2. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, sendo um em Virginópolis e dois em Tarumirim, um mandado de prisão preventiva em Virginópolis e um mandado de monitoração eletrônica, cumulada com suspensão do exercício de advocacia e proibição de contato com investigados e vítimas e testemunhas em Tarumirim.

Dentre os investigados, há políticos da região de Governador Valadares (a PF não divulga nomes dos investigados). Se condenados, podem cumprir até 16 anos de reclusão; sujeitos a aumento de pena, condicionado à quantidade de crimes imputados a cada um deles. Na primeira fase da Operação, um dos réus foi condenado a 127 anos, tendo sido identificados 270 crimes.

“Em Virginópolis, cumprimos um mandado de prisão contra um investigado que já havia sido preso no dia 3 (de dezembro de 2020), foi solto, submetido a medidas cautelares diversas, mas descumpriu as medidas, então ele foi preso preventivamente. Também cumprimos um mandado de monitoração eletrônica e suspensão da atividade de advocacia da advogada de dois indiciados que estão foragidos”, disse o delegado.

Sobre a fase 3, o caso será encaminhado ao Ministério Público Federal que deve oferecer denúncia à Justiça Federal. Quanto à fase 3.2, será feita uma análise dos materiais apreendidos e será apresentado um relatório complementar à Justiça.

O esquema cai-cai 

“Cai-cai” era um esquema para a imigração ilegal adotado há alguns anos por latino-americanos que queriam ir para os Estados Unidos. A prática era atravessar ilegalmente a fronteira entre México e Estados Unidos levando filhos ainda crianças bem novas e entregar-se à imigração, com o pedido de asilo.

Pelo fato de estarem em companhia de filhos, alguns ainda bebês, o governo dos Estados Unidos permitia que as pessoas nessa condição aguardassem o julgamento em liberdade.

Enquanto isso, arrumavam um emprego em solo americano, as vezes não comparecendo as cortes de imigração para evitar uma possível deportação. Em alguns casos essas crianças eram ‘alugadas’ para passar pelas autoridades americanas. A PF apurou-se que os investigados se dedicam intensamente à prática de envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior, cobrando até 22 mil dólares por interessado.

Entretanto, a partir da eleição de Donald Trump, em 2016, novas medidas contra a imigração ilegal foram adotadas e as pessoas apanhadas no esquema ‘cai-cai’ passaram a ser enviadas para prisões, com os filhos, para aguardar a deportação.

Com a eleição de Biden, é provável que esse esquema retorne.

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