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Nigéria condena suposta ‘discriminação’ de refugiados ao acesso à fronteira com a Polônia

JSNEWS – Diante dos inúmeros relatos de racismo que se multiplicam nas redes sociais, de que africanos estudantes e imigrantes africanos foram impedidos de cruzar a fronteira entre a Ucrânia e a Polónia para fugir à guerra, o Governo da Nigéria emitiu um comunicado apenado as autoridades polonesas a tratar os africanos “com dignidade e sem favores” como os demais refugiados que buscam a proteção na Polônia.

A chancelaria do primeiro-ministro polaco nega que haja discriminação nas fronteiras e fala em “disseminação de desinformação”.

Com o enorme êxodo verificado nos últimos dias em direção à Polônia, não são apenas cidadãos ucranianos que tentam passar pela fronteira para escapar ao conflito armado. Nos últimos dias, cidadãos de vários países da África denunciaram ​​​​​​​situações de discriminação e racismo no acesso aos comboios que saem da Ucrânia rumo ao pais vizinho.

Episódios têm sido relatados nas redes sociais, através de pequenos vídeos e fotografias, utilizando a “hashtag” #AfricansinUkraine. Num dos vídeos, é possível ver centenas de africanos alegadamente barrados na fronteira. “Eles não deixam nenhuma pessoa negra passar pelos portões. Estamos todos aqui, mas eles só deixam passar os ‘ucranianos’, mesmo [negros] com crianças, não deixam passar”, é relatado no vídeo.

O governo da Nigéria lembrou que cerca de quatro mil nigerianos e “muitos outros cidadãos de nações africanas amigas” que estão retidos na Ucrânia. “Há uma longa história, que remonta a décadas, de nigerianos e outros africanos estudando na Ucrânia, particularmente medicina. A maioria dos cidadãos nigerianos no país, hoje são estudantes matriculados em universidades”.

“É primordial que todos sejam tratados com dignidade e sem favores. Todos os que fogem de uma situação de conflito têm o mesmo direito à passagem segura sob a Convenção da ONU e a cor do seu passaporte ou da sua pele não deve fazer diferença”, considera.

Polónia nega acusações e fala em “desinformação”

Em resposta às acusações de que tem sido alvo, a Polónia fala em relatos “falsos e ultrajantes” e nega que haja “segregação” de refugiados com base na raça ou religião.

“A Polônia admite cidadãos de diferentes países de acordo com os procedimentos existentes. Apelamos à prudência e a abster-nos de disseminar desinformação”, pode ler-se na página da chancelaria do primeiro-ministro polaco.

Stanisław Żaryn, porta-voz do ministro dos Serviços Especiais, acusou no Twitter a BBC de “propagar desinformação” após ter partilhado uma reportagem, com testemunhos em vídeos, de cidadãos africanos que  denunciaram situações de racismo.

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