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Ministério da Saúde ignora China em anúncio de vacinas e gera nova crise diplomática

FOLHAPRESS – O Ministério da Saúde criou uma nova crise diplomática com a China ao anunciar a chegada de insumos para a produção de vacinas contra o coronavírus. No Twitter, a pasta divulgou o desembarque de lotes do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) para a produção de 12 milhões de doses, porém publicou que vieram “do exterior”, ignorando que toda a carga veio do país asiático.

O embaixador chinês, Yang Wanming, reagiu com ironia à postagem do Ministério da Saúde e citou um dos mais importantes filósofos do país: “Confúcio disse: feito para amigos, fiel à sua palavra”.

Perfis do governo federal tentaram “apagar o incêndio” provocado pelo Ministério da Saúde. Marcelo Queiroga, titular da pasta, respondeu à provocação do embaixador chinês: “Agradecemos sempre o apoio do senhor nesse momento de dificuldade sanitária. O Ministério da Saúde espera ter sempre a sua parceria para essa e futuras ações”.

Wanming, que já elevou o tom ao rebater desaforos e mentiras do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a China, aceitou o pedido indireto de desculpas de Queiroga: “Estimado ministro, diante esse desafio sanitário, estamos unidos e comprometidos para vencer em conjunto a luta contra a Covid-19”.

O Ministério das Relações Exteriores compartilhou o tweet do Ministério da Saúde, mas suavizou a gafe. “Com agradecimento à Chancelaria da República Popular da China pelos esforços na pronta liberação dos insumos contratados à Oxford/AstraZeneca”, escreveu o perfil do Itamaraty.

Novamente diplomático, o embaixador respondeu com cordialidade: “A China está altamente comprometida com a parceria de vacinas com o Brasil a fim de contribuir, dentro do seu alcance, para que o Brasil possa vencer a pandemia o mais cedo possível”.

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