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México tem ao menos 2 mil migrantes desaparecidos

EFE – Ao menos 2 mil migrantes estão desaparecidos no México, de acordo com relatos feitos por seus parentes e compilados pela Federação Mexicana de Organizações Públicas de Direitos Humanos (FMOPDH), que divulgou um relatório com esses dados no domingo (25).

“A gravidade das violações dos direitos humanos contra a população migrante é esmagadora”, advertiu a FMOPDH, entidade formada pela Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), o mais alto órgão autônomo sobre o tema no país, e as comissões estaduais dos 32 estados mexicanos.

Estes números foram divulgados em um momento em que o México sofre sua própria crise de desaparecimentos, com 86.663 pessoas desaparecidas desde 1964, de acordo com o Ministério do Interior (Segob).

Segundo a FMOPDH, 41.329 pessoas buscaram asilo em 2020 no México, onde as autoridades detiveram 87.260 migrantes.

O relatório foi publicado em meio a números recorde do fluxo migratório, como refletido pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês), que deteve na fronteira com o México mais de 172 imigrantes ilegais, sendo que quase 19 mil são menores de idade.

O governo mexicano também registrou um número recorde de 17.445 migrantes apresentados às autoridades de imigração e 3.139 menores desacompanhados em março.

Da mesma forma, a Comissão Mexicana de Ajuda aos Refugiados (Comar) registrou um aumento anual de 31% nos pedidos de asilo durante o primeiro trimestre do ano, com 22.606 pedidos.

Apesar deste aumento, a FMOPDH questionou a redução anual de 14,3% no orçamento que o governo destinou à Comar para 2021.

“Não foi possível consolidar os eixos normativos, programáticos e estratégicos que permitem enfrentar esta emergência humanitária a partir de uma visão integral, com uma abordagem diferencial e de direitos humanos”, disse a federação.

As organizações autônomas reconheceram a “pressão da agenda migratória” que o México sofre por causa de sua fronteira com os Estados Unidos. Mesmo assim, criticaram o posicionamento de mais de 8 mil militares mexicanos nessa região.

“Expôs os migrantes a um aumento das violações dos direitos humanos por parte desta autoridade, assim como a transitar por novas rotas que são mais perigosas devido à presença do crime organizado e à ausência de ajuda humanitária”, argumentaram.

A FMOPDH lembrou a morte da migrante hondurenha Victoria Esperanza Salazar pela polícia em Tulum como “um exemplo do padrão de violência contra migrantes em geral e mulheres em particular”.

“Persistem expressões coletivas de xenofobia e contextos sociais que se reproduzem e parecem justificar a violência contra migrantes”, afirmou a federação.

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