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Irã nega envolvimento em ataque a Salman Rushdie e culpa próprio escritor e seus apoiadores

REUTERS – O Irã negou nesta segunda-feira (15) participação no ataque a facadas contra Salman Rushdie, o autor de “Os Versos Satânicos” a quem o país já jurou de morte, na sexta-feira (12).

Rushdie – cujo livro é visto por alguns muçulmanos como blasfêmia – foi feridos por entre 10 e 15 facadas por um homem que invadiu o palco de uma palestra que o autor, de 75 anos, se preparava para fazer no estado de Nova York. Ele está internado e já foi extubado, segundo seu agente e amigos.

Após dias sem se manifestar sobre o caso, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Nasser Kanaanido, afirmou nesta manhã que “ninguém tem o direito de fazer acusações contra o Irã” por conta do ataque a Rushdie, pelo qual Teerã culpa o próprio autor e seus apoiadores.

“Não consideramos ninguém além do próprio Salman Rushdie e seus apoiadores [pelo ataque], dignos de reprovação e condenação”, declarou Kanaanido.
No domingo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acusou as ‘instituições iranianas” de incitar a violência contra Rushdie durante várias gerações.

Ataque
O ataque a facadas contra Salman Rushdie aconteceu no início da tarde de sexta-feira (12), quando o autor se preparava para ministrar uma palestra no Instituto Chautauqua, no oeste do estado de Nova York.

Quando era apresentado, um homem invadiu o palco e esfaqueou o escritor entre 10 e 15 vezes. Várias pessoas da plateia, que presenciaram o caso, correram para socorrer Rushdie.

O autor do ataque, identificado como Hadi Matar, de 24 anos, foi detido por policiais que estavam no evento. No sábado (13), ele foi formalmente acusado por tentativa de homicídio e agressão, e está preso sem possibilidade de fiança.

‘Os Versos Satânicos’
O livro “Os Versos satânicos” foi proibido no Irã em 1988, pois muitos muçulmanos o consideram uma blasfêmia. Um ano depois, o falecido líder do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu uma fatwa, ou edito, pedindo a morte de Rushdie.

A obra foi especialmente polêmica por ter um personagem inspirado no profeta Maomé retratado de forma considerada ofensiva por líderes da comunidade muçulmana.

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