Brasil EUA Mundo Política Saúde

Instituto Butantan pede permissão à Anvisa para iniciar testes clínicos da Butanvac em humanos

FSP – O Instituto Butantan informou nesta 6ª feira, 23, que pediu à Anvisa a permissão para começar a testar a vacina ButanVac em seres humanos. O instituto também iniciou a produção da vacina em sua fábrica.

Dimas Covas, presidente do Butantan, afirmou que os pedidos são para testes de fase 1 e 2, que tem como objetivo verificar se as substâncias são seguras. Ele disse também que a documentação completa foi enviada à agência para que os testes possam começar o mais rápido possível.

“Submetemos hoje, aguardamos agora o parecer da Anvisa. Esperamos que isso ocorra dentro do mais curto espaço de tempo possível dado a urgência do momento“, afirmou.

Covas reafirmou que a vacina é produzida inteiramente no Brasil e que “não depende da importação de nenhuma matéria prima“. Caso seja eficaz contra o coronavírus e segura para seres humanos, a produção pode ser facilitada por não precisar da importação de insumos.

A ButanVac começou a ser pesquisada em março de 2020. O Ministério da Saúde não patrocinou os estudos, que foram realizados com recursos do próprio Butantan e do governo do Estado de São Paulo. Mas o Estado não vai comprar lotes do imunizante de forma individual. A vacina será oferecida ao governo federal antes de serem celebrados contratos individuais de compra e de exportação para outros países.

Segundo o instituto, a vacina faz parte de uma segunda geração de imunizantes contra a Covid e leva em conta as variantes, como da P1, que é brasileira.  

Doria declarou, em entrevista concedida em 26 de março, que o imunizante “é a 1ª vacina 100% nacional, integralmente desenvolvida e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan”. Horas depois, o jornal Folha de S.Paulo divulgou uma reportagem contestando a informação.

A ButanVac usa como vetor a variante da doença de Newcastle. A tecnologia para produzir vacinas com esse vírus específico é do Instituto Mount Sinai, dos Estados Unidos. O fato foi omitido no anúncio feito pelo Butantan e pelo governo de São Paulo.

Só depois da publicação da notícia da Folha, o Butantan admitiu ter “parceria e a licença de uso e exploração de parte da tecnologia que foi desenvolvida pela Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque, para obter o vírus”.

A expectativa é encerrar todos os testes e ter 40 milhões de doses da ButanVac até o fim de 2021. Se aprovada, Covas afirma que a vacina pode fazer a diferença no combate à covid-19 no Brasil. “É uma vacina que pode fazer a diferença a partir do 2º semestre“, diz.

A Butanvac também passará pela primeira fase de testes no Vietnã e na Tailândia.

Deixe um comentário

WordPress Ads