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Imigrante é condenado por invasão de propriedade privada ao cruzar a fronteira no Texas

JSNEWS – Depois de passar oito meses em uma prisão no Texas, o imigrante hondurenho, Lester Hidalgo Aguilar, 39, foi julgado em um galpão onde funciona o centro comunitário do condado de Kineey, que foi convertido em tribunal. O julgamento foi nessa segunda-feira, informou o Texas Tribune.

O imigrante e a audiência ouviram por horas a exposição do caso e depois de um rápido intervalo para o almoço, o júri chegou a um veredito.

Em outro tempo ou lugar, tal espetáculo não seria pensado para um caso de imigração como o de Aguilar. Mas sob a iniciativa do programa “Catch and Jail“, do governador do Texas Greg Abbott, para combater a imigração ilegal na fronteira mexicana, os imigrantes podem ser processados e condenados por invasão de propriedade privada.

O condado é responsável pela grande maioria das detenções de imigrantes que cruzam a fronteira naquele ponto no estado do Texas.

Lester Hidalgo Aguilar, um migrante hondurenho é julgado por invasão (Dir)
Três promotores no julgamento de Aguilar, Tom Roberson, acima, Tony Hackebeil, à esquerda, e o advogado do condado de Kinney Brent Smith na seleção do júri na segunda-feira.

Dos mais de 3.100 imigrantes foram detidos por invasão de propriedade do condado de Kinney até abril deste ano, destes, 860 se declararam culpados. Mas o caso de Aguilar foi o primeiro a ir a julgamento, e o condado não se arriscou em levar a frente um processo que poderia ser considerado ilegal, o primeiro júri por invasão não era necessariamente sobre os atos de Aguilar, mas foi uma vitória que o estado e o condado precisavam.

De acordo com o relatório da policia local, Aguilar foi preso em setembro do ano passado a cerca de 15 milhas da fronteira Texas-México. Agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA apenas observaram um grupo de homens andando por uma remota fazenda e chamaram o Departamento de Segurança Pública do Texas para prender os homens sob suas novas ordens de execução de invasão.

“Acho que nunca estive tão apaixonado por julgar um caso como esse há muito tempo”, disse Tony Hackebeil, promotor de San Antonio que liderou a acusação.

O advogado de defesa de Aguilar, Bryan Owens, pressionou o júri a lembrar que o caso do imigrante não era sobre leis de imigração ou aplicação da fronteira.

“Um veredito de culpado não vai impedir nem mesmo uma pessoa de tentar cruzar a fronteira”, disse o advogado. “Este caso é apenas sobre invasão de Aguilara uma propriedade privada”, argumentou, e segundo o advogado“o Estado não poderia provar que Aguilar tinha violado uma cerca para entrar em propriedade privada”. Owen também disse que a mulher que prestou queixa não era o proprietário do imóvel invadido, mas a irmã do proprietário.

Ainda assim, seis jurados, todos com sobrenomes espanhóis, declararam Aguilar culpado de invadir um rancho cercado durante a noite em busca de abrigo. A deliberação durou menos de 20 minutos.

Durante a seleção do júri na manhã de segunda-feira, os residentes deixaram claro que estavam cansados do aumento de imigrantes cruzando suas propriedades. Alguns disseram que suas cercas tinham sido cortadas ou deixado os portões abertos e com isso o gado teria fugido.
Uma mulher relatou que a casa da irmã foi arrombada. Um homem disse que seu gado foi morto. E muitos expressaram uma antipatia geral porilegais“.

O imigrante 

Durante o julgamento o cidadão hondurenho disse ao tribunal que ele foi trazido aos Estados Unidos por sua família quando tinha 6 anos e foi criado na Flórida, e que depois de passar uma uma temporada na prisão, ele disse que foi dada a escolha de voluntariamente voltar para Honduras ou estender a condicional, ele disse que decidiu ir para Honduras onde constituiu e teve cinco filhos.
Mas ele também disse que foi forçado a fugir da perseguição política em seu pais e pediu asilo no México.

Ele estava tentando ficar no México para obter cidadania mexicana para que ele pudesse mais facilmente solicitar um visto para os Estados Unidos e que fugiu para o Texas por receio dos carteis mexicanos.

Enquanto o juiz pesava uma sentença de prisão apropriada para sua condenação, Aguilar mostrou o que ele disse ser uma cicatriz infligida por facão na testa. Ele levantou as mãos para mostrar que havia sido mutilado por traficantes mexicanos, explicando que seu mindinho foi cortado quando foi sequestrado e o dedo encaminhado a família como prova de vida.

O juiz estadual Roland Andrade sentenciou Aguilar a pena máxima por invasão: um ano de prisão. Mas, contra a vontade dos três promotores da bancada, Andrade se recusou a emitir uma multa que poderia ser até de US$ 4.000.

Nessa segunda-feira, Aguilar já havia cumprido cerca de oito meses da pena em duas prisões estaduais que Abbott destinou aos prisioneiro da Operação Estrela Solitária. O imigrante que havia permanecido na cadeia antes do julgamento, não tem como pagar US$ 1.500 de fiança em dinheiro. Ele será deportado após cumprir a pena.

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