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Guerrilha ELN reivindica autoria de atentado contra escola da polícia na Colômbia

EFE  – O Exército de Libertação Nacional (ELN) reivindicou nesta segunda-feira (21) a autoria do atentado com carro-bomba contra uma escola de cadetes da Polícia Nacional da Colômbia, no sul de Bogotá, na quinta-feira (17). O ataque deixou 21 mortos (entre eles, o agressor) e 68 feridos.

Em artigo publicado na página da guerrilha na internet, única guerrilha ativa da Colômbia afirma que a escola de cadetes é uma “instalação militar” onde são formados oficiais que depois atuam na “inteligência de combate, conduzem operações militares e participam ativamente na guerra contra a insurgência”, segundo a Efe.

Por esse motivo, os guerrilheiros afirmam que a “operação realizada contra tal instalação é lícita dentro do direito da guerra”. Para o ELN, não houve nenhuma vítima que não seja combatente.

O governo da Colômbia já tinha responsabilizado o ELN pelo atentado. Na sexta, a Procuradoria-Geral e o Ministério da Defesa identificaram o motorista do veículo como José Aldemar Rojas Rodríguez, de 56 anos, integrante da guerrilha.

Formado por cerca de 2.000 combatentes, o Exército de Libertação Nacional é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

O presidente da Colômbia, Iván Duque, que considerou o incidente um “ato terrorista”, mandou restabelecer as ordens de prisão contra os dez membros da guerrilha que participavam das negociações de paz em Cuba, que mediava o diálogo.

“A paz não avança e o processo retrocede se os adversários em uma guerra não se respeitam. Isso começa por respeitar a dor de todos”, afirmaram os guerrilheiros no texto divulgado pela internet.

Na avaliação do ELN, Duque não deu a “dimensão necessária” ao gesto de paz feito pela guerrilha, que implementou uma trégua unilateral durante os dias 23 de dezembro e 3 de janeiro.

“Eles (as Forças Armadas) aproveitaram o cessar-fogo para avançar as posições das suas tropas. É, portanto, muito desproporcional que, enquanto o governo nos ataca, coloque que nós não possamos responder em legítima defesa”, afirmou o ELN no texto, tentando justificar o ataque contra a escola de cadetes da Polícia Nacional em Bogotá.

O ataque foi amplamente repudiado pelos colombianos e pela comunidade internacional. No domingo, dezenas de milhares de pessoas, entre eles Duque, foram às ruas de várias cidades do país criticar a ação do ELN e expressar apoio à Polícia Nacional.

No artigo, o ELN pede um cessar-fogo para gerar um “clima favorável” para as negociações de paz, mas não cita nenhuma das condições colocadas por Duque desde que o presidente assumiu o poder em agosto do ano passado.

Duque destacou que, para retomar o diálogo com o ELN, é preciso que os guerrilheiros libertem todos os sequestrados que o grupo mantém e renunciem a todas as atividades criminosas no país.

Apesar disso, o ELN pede ao presidente que envie uma delegação de paz a Cuba para dar continuidade ao processo e à construção de acordos que estava sendo realizada com o governo anterior.

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