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George Floyd morreu por falta de oxigênio, afirma médico

Deutsche Welle – Um médico pneumologista afirmou nesta quinta-feira (08/04), durante o julgamento da morte de George Floyd, que a vítima morreu sufocada devido aos baixos níveis de oxigênio no sangue, após o ex-policial Derek Chauvin pressionar o joelho contra seu pescoço por mais de nove minutos.

O especialista rejeitou enfaticamente a teoria da defesa de Chauvin de que o uso de drogas e problemas de saúde de Floyd teriam sido a causa de sua morte. “Uma pessoa saudável submetida ao que Floyd foi submetido teria morrido”, disse Tobin, que é testemunha de acusação e analisou os registros médicos do caso.

Usando uma linguajar fácil para explicar conceitos médicos e até mesmo afrouxando a gravata para ilustrar um ponto, Tobin disse ao júri que a respiração de Floyd foi severamente enfraquecida porque ele estava de bruços na rua, algemado e com Chauvin e outros policiais de Mineápolis pressionando seu pescoço e costas.

De acordo com a testemunha, a falta de oxigênio resultou em danos cerebrais e fez com que o coração de Floyd parasse de bater. Ao analisar as imagens da prisão, Tobin contou que “o joelho de Chauvin fica praticamente no pescoço de Floyd por mais de 90% do tempo”.

Chauvin manteve o joelho no pescoço de Floyd por três minutos e dois segundos depois que o afro-americano deu seu último suspiro, afirmou Tobin. Depois da última respiração, os níveis de oxigênio de Floyd caíram a zero e ele “chegou ao ponto em que não havia mais um grama de oxigênio no corpo”.

Enquanto os promotores reproduziam repetidamente um vídeo de Floyd no chão, Tobin identificou o que ele disse ser uma mudança no rosto que indicava a morte do afro-americano. Esse momento ocorreu cerca de cinco minutos depois que os policiais começaram a pressionar Floyd contra o chão.

As imagens que registram a morte de Floyd viralizaram e desencadearam semanas de protestos contra racismo e brutalidade policial mundo afora.

“Você pode ver no início que ele está consciente e uma leve cintilação e, depois, ela desaparece”, afirmou Tobin. “Esse é o momento em que a vida sai de seu corpo.”

Chauvin enfrenta no tribunal acusações de homicídio, sendo a mais grave em segundo grau, quando o assassinato ocorre de modo intencional, mas sem premeditação.

Caso seja condenado, ele pode ser sentenciado a até 40 anos de prisão. Policiais raramente são incriminados nos EUA e qualquer sentença em qualquer uma das acusações exige um veredito unânime por parte dos jurados.

Ele foi afastado da força policial junto com os outros três agentes envolvidos na ação que resultou na morte de Floyd, em 25 de maio de 2020, quando detiveram o afro-americano por supostamente tentar fazer compras numa loja com uma nota falsa de 20 dólares.

Os outros policiais envolvidos – Tou Thao, Thomas Lane e J. Alexander Kueng – também enfrentam acusações em conexão com a morte de Floyd e serão julgados separadamente no fim de 2021. O julgamento de Chauvin deve durar cerca de um mês

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