Da Redação – Os criminosos haitianos que sequestraram 17 missionários dos Estados Unidos e do Canadá pediram um resgate de US$ 1 milhão para cada um dos sequestrados. Como são 17, o total chega a US$ 17 milhões.
As 17 pessoas, uma delas sendo um bebê de 8 meses, foram levadas pela gangue “400 Mawozo” no sábado depois de visitarem um orfanato em Croix-des-Bouquets, um subúrbio a nordeste da capital Porto Príncipe, disseram as autoridades durante o fim de semana. Os missionários trabalham para a organização Christian Aid Ministries, com sede nos Estados Unidos. As informações são do “Wall Street Journal” dessa terça-feira (19).
O Departamento de Estado dos USA não forneceu detalhes sobre a busca pelos reféns, mas disse no sábado que a segurança dos americanos no exterior “é uma de suas principais prioridades”.
Em agosto, os Estados Unidos instaram seus cidadãos a não viajarem ao Haiti devido a sequestros e problemas políticos.
Os missionários foram levados pelo grupo criminoso 400 Mawozo, que há meses realiza sequestros e roubos na zona localizada entre Porto Príncipe e a fronteira com a República Dominicana.
A quadrilha sequestrou vários veículos, incluindo ônibus lotados, nas estradas que controla, afetando tanto cidadãos do país quanto estrangeiros, que são capturados para o pagamento de resgates, muitas vezes de somas que superam a renda anual de um haitiano.
“A polícia se mostrou incapaz de enfrentar os grupos criminosos, que se organizam melhor e controlam um território cada vez maior” em torno da capital e nas cidades do interior, disse Gédéon Jean, diretor do Centro de Análise e Pesquisa em Direitos Humanos, com sede na capital
A organização de Jean registrou um aumento alarmante dos sequestros no Haiti: foram mais de 600 nos primeiros três meses de 2021, um aumento de 231 em relação ao mesmo período de 2020.
Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que a grande maioria das mulheres sequestradas são estupradas.