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Estudante que foi barrado pela imigração por mensagens recebida no WhatsApp inicia aulas em Harvard

ESTADO – Um estudante palestino que foi impedido de entrar nos Estados Unidos no mês passado agora está no câmpus da Universidade de Harvard, onde começou suas aulas nesta terça-feira, 3, segundo uma autoridade de Harvard.

Ismail Ajjawi, de 17 anos, que ganhou uma bolsa de estudos em Harvard enquanto vivia em campos de refugiados no Líbano, foi autorizado a entrar nos Estados Unidos na segunda-feira, disse seu advogado Albert Mokhiber. “É um triste conto clássico com um final excepcionalmente feliz e único”, disse Mokhiber em um comunicado por meio do qual agradeceu os esforços de Harvard, Embaixada dos EUA em Beirute, ao Amideast, o grupo que garantiu a bolsa de estudos – “e a mobilização da mídia internacional e o apoio popular. Em nome de Ismail e sua família, agradecemos a todos”.

Ajjawi disse ao jornal Harvard Crimson na semana passada que ficou detido por horas e foi interrogado no aeroporto de Boston. Depois que as autoridades revistaram seu telefone e computador e fizeram perguntas sobre sua religião e mídias sociais, seu visto foi revogado e ele foi enviado de volta ao Líbano.“Depois de passadas 5 horas, fui chamado para uma sala e uma pessoa começou a gritar comigo”, escreveu Ajjawi em comunicado ao Crimson. “Disse que encontrou pessoas postando pontos de vista políticos que se opõem aos EUA na minha lista de amigos. Respondi que não tenho nada a ver com essas postagens e que não gosto, compartilho ou comento tais posts e disse que eu não deveria ser responsabilizado pelo que os outros postam.”

Departamento diz ser responsável em garantir a segurança e a entrada de pessoas
Michael McCarthy, porta-voz da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP), disse em um e-mail na semana passada que o departamento é responsável por garantir a segurança e a entrada de mercadorias e pessoas que chegam aos Estados Unidos. “Esse indivíduo foi considerado inadmissível para os Estados Unidos com base em informações descobertas durante a inspeção do CBP”, ele escreveu na época.

Um porta-voz do CBP não respondeu imediatamente a um pedido de comentário na terça-feira.

A família de Ajjawi expressou seu agradecimento pelos esforços “de tantas pessoas e funcionários no Líbano, Washington, Massachusetts e em Harvard que tornaram possível para nosso filho Ismail Ajjawi começar seus estudos em Harvard com sua classe. Os últimos dez dias foram difíceis e cheios de ansiedade”, disseram em comunicado, “mas somos muito gratos pelas milhares de mensagens de apoio e principalmente pelo trabalho da Amideast”.

Eles expressaram esperança de que Ajjawi “agora possa simplesmente se concentrar em se estabelecer na faculdade e em seu importante trabalho de classe”.

Uma coalizão de grupos de estudantes em Harvard, liderada por um grupo de direitos dos imigrantes, lançou uma petição exigindo que Ajjawi fosse autorizado a entrar. Quase 8 mil pessoas assinaram, em poucos dias.

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