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Estados Unidos seriam os maiores prejudicados em acordo de livre-comércio entre Brasil e China

Em encontro bilateral com a China, Paulo Guedes confirmou a negociação de um acordo comercial com o país da Ásia

O Brasil pode se tornar o “celeiro do mundo” e isolar comercialmente os Estados Unidos caso seja estabelecido um acordo de livre-comércio com a China, avaliou o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Para ele, os EUA já sentem o aumento da competitividade brasileira no agronegócio e forçam a China a comprar commodities americanas. Além disso, o acordo entre Mercosul e União Europeia reforça o isolamento de Washington no comércio internacional.

O estabelecimento de uma área de livre-comércio entre Brasil e China foi considerado na quarta-feira 13 pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A fala aconteceu durante evento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), também conhecido como o “Banco dos Brics”, promovido em Brasília em ocasião da 11.ª Cúpula do Brics. Mais detalhes não foram dados.

A China é a maior parceira na balança comercial brasileira. Dentre diversas commodities, Pequim importa a soja brasileira para ser utilizada como ração suína, enquanto o País compra manufaturados chineses. Em 2018, balança foi superavitária em US$ 29 bilhões.

O presidente da AEB, no entanto, observa que o Brasil não tem condições para fazer um acordo até que melhore a sua competitividade, reduzindo burocracia e simplificando impostos. Os manufaturados nacionais, muito caros e pouco eficientes, seriam substituídos por produtos chineses, prejudicando a indústria nacional, ainda que o agronegócio seja beneficiado com aumento nas exportações.

O que significaria um acordo de livre-comércio entre China e Brasil?

O anúncio é bem-vindo, temos que estar inseridos no mundo. Mas isso envolve muito detalhamento. Hoje, o Brasil não tem condições de fazer um acordo com a China. Nossos custos são muito altos, existe o famoso custo-Brasil, que faz com que os custos de comércio exterior sejam 30% acima do mercado. Ao contrário da China, que, com subsídio e eficiência, tem um custo e preços baixos. Se a União Europeia e Estados Unidos não têm (condições de negociar com a China), muito menos o Brasil. (Pode haver acordo) Em um futuro, após as reformas brasileiras e a redução do custo-Brasil. Se abrir simplesmente um acordo comercial, vai tornar mais barato importar (manufaturados).

Fonte: MSN

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