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Casa Branca faz silêncio sobre reforma da imigração baseada no mérito

Em entrevista à rede Telemundo, no dia 10 de julho, o presidente disse que seria um decreto, embora também tenha dito que seria “um grande projeto de lei”, caminho que nesse caso deve ter o apoio de ambas as Câmaras da Congresso.

Mas nem republicanos nem democratas conhecem os planos do presidente. “Somente o que ouvimos através da mídia”, dizem eles.

A mais recente publicação sobre o assunto foi na quarta-feira, 5, pela Forbes Magazine em seu site. Es- pera-se que Trump tome pelo menos “ações mais significativas sobre a imigração antes das eleições de

novembro”, disse ele. E é sobre a reforma da imigração baseada no mérito, um plano que ele exerce desde o início de sua presidência em 2017.

A reforma da imigração de Trump foi originalmente elaborada por seu genro, Jared Kushner. Em maio do ano passado, e aprova- do presidente, baseia-se em um forte componente de segurança nacional e não inclui benefícios para a maioria das 10,4 milhões de pessoas sem documentos que vivem no país.

O projeto foi apresentado ao presidente durante uma reunião a portas fecha- das na Casa Branca, com a presença de Kushner e vários senadores republica-

nos, incluindo David Per- due (Geórgia), Mike Crapo (Idaho), Chuck Grassley (Iowa), Mike Lee ( Utah), Tom Cotton (Arkansas), Martha McSally (Arizona) e Marsha Blackburn (Tennessee).

Perdue e Cotton são os autores de um rígido plano de reforma imigratória apresentado em março de 2017 que, entre outras medidas, inclui a eliminação da loteria de vistos, a criação de um novo sistema de entrada estrangeira com base no mérito, reduzindo a imigração por meio da reunificação. família, aumentar a capacidade dos centros de detenção sem documentos pelo U.S. Immigration and Customs Enforcement

(ICE), aumentar os ataques e acelerar julgamentos e deportações de imigrantes. A política de asilo também seria afetada e minimiza- da, conforme foi declarado nessa ocasião.

Os planos de Trump não encontram eco nas cadeiras republicanas da Câ- mara dos Deputados e do Senado, muito menos nas fileiras democratas. E em ambos o presidente não tem votos suficientes para aprovar uma lei.

Na Câmara, os republicanos são minoria e têm apenas 198 votos e precisam de 218. No Senado, apesar de majoritários, têm 53 cadeiras e precisam de 60 para aprovar uma lei. Diante desse cenário, a

única maneira possível de Trump deixar é um decreto, mas, se o fizer, os especia- listas alertam que isso seria inconstitucional.

Do pouco que se sabe sobre o plano de Trump, no momento, a reforma de imigração de mérito seleciona imigrantes com base em um sistema de pontos e apresenta três categorias de alta capacidade: talento extraordinário, vocação profissional especializada e registros acadêmicos excepcionais.

O projeto elaborado por Kushner no ano passado estipula que o imigrante que entra nos Estados Unidos legalmente, além de ter um visto, deve saber falar inglês, demonstrar que pode

se manter financeiramente durante a estadia e contribuir significativa- mente para o país.

Além disso, o projeto recomenda modificar os requisitos que regulam a solicitação de parentes imediatos (cônjuges, filhos, pais e irmãos) por cidadãos e residentes permanentes legais. Até agora, os cidadãos podem solicitar o green card imediato da família, e os residentes são governados por um sis- tema de taxas.

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