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Biden anuncia pacote ambiental com fim de novas perfurações de petróleo e gás em terras federais

AE – Em uma série de ordens executivas assinadas nesta quarta-feira (27), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruiu o governo federal a não autorizar novas perfurações de petróleo e gás em suas terras, eliminou subsídios aos combustíveis fósseis e ordenou a transformação da frota de carros e caminhões do governo em veículos elétricos, entre outras medidas que marcam uma guinada em relação à política ambiental adotada por seu antecessor, Donald Trump.

Será estabelecido ainda um conselho interagências de justiça ambiental para lidar com as desigualdades raciais e econômicas exacerbadas pelas mudanças climáticas e poluição do ar e da água.

“É um futuro de enormes esperanças e oportunidades. Trata-se de chegar ao momento de fazer face a esta ameaça máxima que temos agora perante nós, as mudanças climáticas, com um sentido maior de urgência. A meu ver, já esperámos muito tempo para lidar com esta crise climática. Não podemos esperar mais. É hora de agir”, disse o presidente ao anunciar as ações.

O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, classificou mais cedo a série de atos como uma declaração de emergência nacional sobre as mudanças climáticas.

O presidente, que chamou esta quarta de “Dia do Clima“, anunciou ainda a organização, por parte de seu governo, de uma Cúpula de Líderes Climáticos em 22 de abril, Dia da Terra e quinto aniversário da assinatura do Acordo de Paris.

As ordens executivas assinadas nesta quarta-feira estabelecem:

  • O governo federal não vai autorizar novas perfurações de petróleo e gás em suas terras e os contratos já existentes serão rigidamente revistos
  • Será eliminado o subsídio federal aos combustíveis fósseis
  • Carros e caminhões da frota do governo federal devem ser substituídos por veículos elétricos
  • Um conselho interagências de justiça ambiental será criado para lidar com as desigualdades raciais e econômicas exacerbadas pelas mudanças climáticas e poluição do ar e da água
  • Ao eliminar as concessões para a exploração de combustíveis fósseis em territórios do governo, sem cancelar os contratos já existentes, que serão extensamente revisados, Biden cumpre uma de suas promessas de campanha.

Mas, apesar das mudanças, e também mantendo uma promessa da época das eleições, Biden voltou a garantir que não irá banir a técnica de fracking (técnica que consiste em injetar água pressurizada para fraturar o subsolo e liberar gás e petróleo). “Não vamos proibir o fracking. Protegeremos e aumentaremos empregos, inclusive por meio de padrões mais rígidos, por meio de controles de vazamentos de metano e trabalhadores sindicais dispostos a instalar as mudanças”, disse.

Além disso, o país também se comprometerá a proteger 30% das terras e águas federais para 2030, com o objetivo de interromper a perda da biodiversidade, segundo informa a agência France Presse.

Quase um quarto das emissões de dióxido de carbono americanas vêm da geração de energia em terras públicas, segundo um relatório do governo de 2018. A extração de combustíveis gerou US$ 11,7 bilhões em receita em 2019, de acordo com dados oficiais.

Com essas medidas, Biden se aproxima de seus compromissos de campanha de deixar de usar combustíveis fósseis e chegar à neutralidade do carbono no setor energético em 2035 e em toda a economia em 2050.

Ele garantiu, porém, que as novas medidas não causarão perda de empregos – pelo contrário. Segundo Biden haverá uma geração de “empregos do futuro”, com a criação de milhões de postos com remuneração acima de US$ 9 por hora.

“Estamos falando sobre inovação americana, produtos americanos, mão de obra americana. Estamos falando sobre a saúde de nossas famílias, água mais limpa, ar mais limpo e comunidades mais limpas. Estamos falando sobre segurança nacional, os americanos liderando o mundo em um futuro de energia limpa”, afirmou.
Biden apresentará mês que vem ao Congresso um plano de US$ 2 bilhões para o clima, com o qual deseja instalar permanentemente medidas ‘verdes’ dentro da economia americana.

No entanto, a relutância de alguns republicanos deve marcar a oposição a esses planos, embora um acordo entre os dois partidos seja possível, segundo especialistas.

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