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Após semanas de combate, Rússia anuncia rendição de mais de mil soldados ucranianos em Mariupol

RFI (Radio France Internationale) – Após semanas de resistência e com mais de 90% de sua zona urbana destruída, Mariupol começa a ceder. O ministério russo da Defesa declarou nesta quarta-feira (13) que mais de mil soldados ucranianos se renderam na cidade, cercada desde os primeiros dias da guerra. Líderes europeus são esperados em Kiev para discutir a entrega de armas à Ucrânia, enquanto os combates continuam no resto do país.

“Na cidade de Mariupol, na zona da usina metalúrgica de Ilicth (…) 1.026 militares ucranianos da 36ª brigada marinha entregaram voluntariamente as armas e se renderam”, indicou o ministério russo da Defesa em um comunicado, precisando que entre os soldados havia 47 mulheres e 126 oficiais.

As autoridades regionais do sudeste da Ucrânia avaliaram, na terça-feira (12), que ao menos 20 mil pessoas morreram em Mariupol até agora. Mas os combates continuam, se concentrando principalmente na grande zona industrial da cidade, bastião das tropas ucranianas, entrincheiradas no subsolo das fábricas.

As forças russas intensificaram a ofensiva para conseguir a rendição completa da cidade. Sua conquista representaria uma vitória importante para os russos porque permitiria consolidar o controle do território costeiro no mar de Azov, que conecta a região do Donbass à Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Corredores humanitários

No resto do país, os combates continuam impedindo a retirada de civis. A vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Verechtchouk informou que a Ucrânia não abrirá nenhum corredor humanitário nesta quarta-feira, alegando que a situação é muito perigosa, porque a Rússia “viola as regras do direito internacional”.

“Infelizmente não abriremos corredores humanitários hoje. Na região de Zaporíjia (sul), os invasores (russos) bloquearam um ônibus e na região de Lugansk (leste) eles violam o cessar fogo”, afirmou Verechtchouk.

Genocídio

O presidente dos Estados Unidos Joe Biden acusou pela primeira vez na noite de terça-feira (12) o russo Vladimir Putin de liderar umgenocídio” na Ucrânia.

“Fica cada vez mais evidente que Putin tenta simplesmente acabar com a ideia de ser ucraniano”, disse Biden. Se “os advogados internacionais” decidiram pela qualificação de genocida, “para mim parece certa”.

Os Estados Unidos relataram, através do chefe da diplomacia Antony Blinken, que tinham “informações confiáveis” de que a Rússia poderia usar “agentes químicos” na ofensiva para conquistar Mariupol.

A Organização pela Proibição de Armas Químicas (OIAC) manifestou preocupação sobre as alegações de utilização de armas químicas em Mariupol. O Reino Unido anunciou, na segunda-feira (11), que tentaria verificar as informações.

O chanceler alemão Olaf Scholz vai a Kiev nesta quarta-feira. De acordo com Oleksii Arestovitch, conselheiro da presidência ucraniana em entrevista ao canal de tevê alemão ZD, o chefe de governo alemão e o presidente Volodymyr Zelensky vão tratar dequestões práticas que incluem a entrega de armas pesadas para apoiar a Ucrânia contra a ofensiva russa.

(Com informações da AFP)

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