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A Dependência de Eletrônicos e Seus Impactos na Sociedade: Uma Análise Biopsicossocial e Espiritual

Eliana Pereira Ignacio – Ola meus caros leitores, hoje venho trazer um assunto, polemico, e muito preocupante, que vem parecer não ter mais como controlar. Nos últimos anos, a dependência de dispositivos eletrônicos, como smartphones, computadores e tablets, tornou-se um problema signi­ficativo na sociedade moderna.
Este fenômeno, frequentemente denominado “nomofobia” (medo de ­ ficar sem um dispositivo móvel), traz uma série de prejuízos biopsicossociais e espirituais que afetam indivíduos de todas as idades.

Este artigo visa explorar a complexidade dessa dependência, analisando-a sob as perspectivas psicológica, clínica e biológica, bem como discutir suas implicações espirituais.
A Visão da Psicologia Do ponto de vista psicológico, a dependência de eletrônicos pode ser comparada a outras formas de vício, como o vício em substâncias. Pesquisadores como Kimberly Young, pioneira no estudo da dependência da internet, argumentam que os sintomas desse vício incluem tolerância (a necessidade de aumentar o tempo de uso para obter o mesmo efeito), abstinência (sentimentos de irritabilidade e ansiedade quando afastado do dispositivo), e interferência com a vida diária (problemas no trabalho, escola ou relacionamentos).

O uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode levar a uma diminuição significativa nas habilidades de comunicação face a face e empatia. Crianças e adolescentes, em particular, correm o risco de desenvolver habilidades sociais pobres, uma vez que passam mais tempo interagindo com telas do que com pessoas. Estudos mostram que a dependência de eletrônicos pode aumentar os níveis de ansiedade e depressão, especialmente entre os jovens.

O Dr. Larry Rosen, psicólogo e autor do livro “iDisorder”, sugere que o uso constante de dispositivos eletrônicos pode recon­figurar nossos cérebros, aumentando a distração e diminuindo a capacidade de atenção sustentada.

A Visão Clínica Clinicamente, a dependência de eletrônicos já é reconhecida como um problema de saúde mental em várias partes do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o “Distúrbio de Jogos Eletrônicos” na Classi­ficação Internacional de Doenças (CID-11), destacando a seriedade da situação. A American Psychiatric Association (APA) também reconhece a “Internet Gaming Disorder” como uma condição que necessita de mais estudos e compreensão.

Os profissionais de saúde mental estão começando a tratar a dependência de eletrônicos com abordagens semelhantes às usadas no tratamento de outras dependências comportamentais. Terapias cognitivo-comportamentais (TCC) têm se mostrado e­ficazes, ajudando os pacientes a reconhecer e alterar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para seu uso excessivo de eletrônicos. A terapia familiar também pode ser útil, especialmente quando o uso problemático de eletrônicos afeta a dinâmica familiar e a comunicação.

A Visão Biológica Biologicamente, a dependência de eletrônicos pode ter efeitos profundos no cérebro e no corpo. O uso prolongado de dispositivos eletrônicos pode alterar os circuitos de recompensa do cérebro de maneira semelhante ao que ocorre com substâncias viciantes. A dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa, é liberada em grandes quantidades durante a interação com dispositivos eletrônicos, criando um ciclo de dependência.
Além disso, a exposição constante à luz azul emitida por telas pode interferir nos ritmos circadianos do corpo, prejudicando o sono e levando a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.

O Dr. Charles Czeisler, da Harvard Medical School, destacou como a luz arti­ficial à noite pode perturbar nossos padrões de sono, impactando negativamente nossa saúde geral. Impactos Espirituais Além dos impactos biopsicossociais, a dependência de eletrônicos também pode ter consequências espirituais.

Muitas tradições espirituais e religiosas enfatizam a importância da presença, meditação e conexão com o divino. O uso excessivo de eletrônicos pode nos afastar dessas práticas, criando um vazio espiritual.

Pessoas que passam muito tempo em dispositivos eletrônicos podem sentir-se desconectadas não apenas de outras pessoas, mas também de si mesmas e de algo maior a presença Divina. “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém, Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine.”1 Coríntios 6:12 Ate a próxima semana!!!


Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com

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